Dani Pedrosa conseguiu rodar em tempos mais rápidos que a pole conquistada por Casey Stoner no último Grande Prêmio do Qatar. Resultado surpreendente e que diz muito bem da RC212V da Honda e do excelente trabalho realizado pelo piloto espanhol nesta pré-temporada.
P: Agora que o teste do Qatar terminou, e antes de retornar aqui para a primeira corrida do ano, você acha que os ajuste da moto estão 100%?
R: “Ainda há coisas na moto que não estão perfeitas, mas isso é normal. Espero que com o tempo tudo se resolva. Um dos pontos que tínhamos de ver era o rendimento da moto nas últimas voltas e creio que conseguimos obter os primeiros dados sobre isso. Os pneus estiveram mais ou menos bem. Foi um teste importante neste caso, devido às novas regras. Temos que escolher qual pneu devo utilizar aqui no Qatar para a primeira etapa o ano, e este teste serviu para nos prepararmos melhor para essa escolha”.
P: Você ficou surpreendido conseguir rodar com tempos abaixo das 990cc?
R: “Sim, estou. Isso significa que a tecnologia está sempre em constante evolução, a potência foi reduzida, mas mesmo assim estamos rodando com o ritmo que tínhamos com as 990cc. Creio que isso quer dizer que estamos no caminho certo”.
P: Ter sido o mais rápido… Foi uma surpresa para você?
R: “A verdade é que fiquei mesmo. Fiquei admirado por estar com tempos mais rápidos que os da pole do ano passado, mas também temos de considerar que as condições do Grande Prêmio são diferentes. Não me lembro bem de como estava o clima nesse dia e isso às vezes também conta”.
P: Pergunta retórica, mas uma vez que estamos no início da temporada, pode nos dizer quais as principais diferenças de pilotagem entre a Honda RC212V 800cc e a RC211V 990cc?
R: “Em primeiro lugar a potência, que agora é mais baixa, e esta moto também é mais ágil. No que se refere à pilotagem, os freios agora são acionados mais tarde e condução é um pouco mais rápida nas curvas. A nova moto é menor e mais dócil. Além disso, considero-a mais fácil de pilotar nas mudanças de direção e nas curvas. As dimensões também são mais curtas, agora tenho uma posição mais cômoda, com o tanque de combustível menor e os comandos mais próximos”.
P: Pode no explicar a diferença entre um pneu de 16,5” e um de 16”?
R:”Na verdade quase não há diferença, apesar de agora parecer que é esse o caminho a seguir. Com este pneu de 16”, que está sendo utilizado por todos agora, conseguimos uma percepção melhor nas mãos, recebemos mais informações sobre o que se passa com a frente da moto”.
P: Nos testes de inverno manteve a mesma concentração em comparação com um fim-de-semana de Grande Prêmio, ou não?
R: “Sim, nem sempre é fácil. Como qualquer pessoa, tens dias melhores e dias piores, mas temos sempre de manter a concentração ao máximo, não vale a pena deixar a cabeça divagar por outras coisas”.
P: Suponho que nos testes você deve se empenhar muito, mas mantendo sempre uma margem de segurança, ou dá tudo como se estivesse num GP?
R: “Para poder verificar se um componente está bom, temos de ir ao limite da moto, não vale a pena ficar apenas rodando na pista, apesar de serem apenas testes, temos de dar o máximo”.
P: No ano passado vimos que as ultrapassagens não eram o teu forte. Acha que com a nova moto, mais manejável, terá mais facilidade em melhorar este ponto?
R: “Espero bem que sim. Mas não posso te responder sem antes comprovar”.
P: Chegar a uma equipe nova, entrar para a categoria máxima, onde competem os melhores pilotos do mundo, não te deixou um pouco inibido no ano passado…
R: “Quando cheguei à equipe e a MotoGP no ano passado, verifiquei que os meus mecânicos e todo o pessoal da Repsol Honda eram muito profissionais. É claro que este ano isso é ainda está mais claro para mim. Há um bom sentimento em geral porque temos todos um caráter idêntico”.
P: Você acha que os pilotos na pista olham de forma diferente para outro com o número 1 na moto, como agora é o caso com o teu companheiro de equipa Nicky Hayden?
R: “Não sei o que se passa na cabeça dos outros pilotos, mas no meu caso o que se passou, quando corria nas 250cc, é que não me sentia mais pressionado, e sim mais motivado”.
P: Você tem uma boa amizade com o também piloto Repsol, Julio Simón, que está mudando de categoria, da 125cc para a 250cc. O que acha que o Julio poderá fazer em sua primeira temporada nas 250cc?
R: “Na verdade é que não sei, a 250cc vai ser muito disputada, mas espero que tudo corra bem, que se mantenha concentrado e que olhe para si; que esqueça do que os pilotos fazem”.