A Fórmula E viveu uma tarde eletrizante neste sábado (28) em Berlim. Mitch Evans, da Jaguar TCS Racing, superou condições desafiadoras e a pressão do atual campeão Pascal Wehrlein para conquistar sua primeira vitória desde a etapa inaugural da temporada em São Paulo. A vitória no E-Prix de Berlim, válido pela Etapa 13 da Temporada 11, ainda teve impacto direto na luta pelo título, já que o líder do campeonato, Oliver Rowland, abandonou a corrida após um incidente.
A corrida começou com pista escorregadia após chuva, e Evans manteve-se no topo com autoridade, mesmo após intervenções do Safety Car. Wehrlein tentou se aproveitar da ausência de Rowland nos pontos, e chegou a ficar a apenas meio segundo do líder nas voltas finais, mas não conseguiu a ultrapassagem decisiva. Com o resultado, o piloto da Porsche agora está a 50 pontos do líder, com 87 ainda em disputa nas três etapas restantes.
“Fiz tudo que podia para vencer hoje. Sabia que cada ponto seria crucial sem o Rowland marcando”, disse Wehrlein após cruzar em segundo, também garantindo a volta mais rápida da prova.
O pódio foi completado por Edoardo Mortara, da Mahindra, beneficiado por uma punição de cinco segundos aplicada a António Félix da Costa. O piloto da Porsche havia cruzado em terceiro, mas caiu para décimo após ser punido por uma manobra agressiva sobre Jake Hughes, da Maserati.
A punição de Da Costa teve reflexo direto também nas disputas entre equipes e fabricantes. A Porsche agora lidera entre as equipes com 30 pontos de vantagem sobre a Nissan, e também assumiu a liderança entre os fabricantes, cinco pontos à frente da rival japonesa.
O início da prova foi movimentado. Jake Dennis, da Andretti, teve problemas na largada e precisou de um reset para se juntar ao pelotão. Evans foi um dos primeiros a ativar o MODO DE ATAQUE, com 50 kW extras, ainda na volta 3. Frijns chegou a assumir a ponta momentaneamente, mas o neozelandês logo retomou a liderança.
Wehrlein também utilizou bem sua estratégia de MODO DE ATAQUE, escalando o pelotão até alcançar a segunda posição na volta 11. Enquanto isso, Rowland vinha batalhando no pelotão intermediário, até sofrer um acidente na curva do grampo após um toque com Stoffel Vandoorne. O impacto danificou o carro da Nissan e forçou o abandono.
A fase de PIT BOOST — que concede 10% a mais de energia após a parada obrigatória — também foi decisiva. Evans e Wehrlein pararam juntos na volta 24 e retornaram à frente, com Rowland saindo dos boxes em nono, após perder três posições no processo.
Uma nova entrada do Safety Car aconteceu após um incidente entre Beckmann e Sérgio Sette Câmara, que retornava à categoria com a Nissan. Na relargada, Evans se manteve no controle, e mesmo com o ataque final de Wehrlein, segurou a liderança até a bandeirada.
“Foi um alívio. Tive que ser perfeito na defesa. É ótimo voltar ao topo”, comentou Evans, que agora iguala Sébastien Buemi como maior vencedor da história da Fórmula E, com 14 triunfos.
Entre os brasileiros, Sette Câmara foi o melhor colocado, cruzando em 15º após largar em 19º. Felipe Drugovich, com a Mahindra, terminou em 17º, enquanto Lucas Di Grassi foi o 18º com sua Lola Yamaha, três posições atrás de onde começou.
A Fórmula E retorna já neste domingo (29), com a Etapa 14 também disputada em Berlim. A expectativa gira em torno da reação de Rowland e da possível aproximação definitiva de Wehrlein, que sonha em manter o título.
