A Fórmula E ganhou um novo campeão ao final do Festival de Berlim na temporada passada: o português Antonio Félix da Costa, que em seu primeiro ano na DS Techeetah, não deu chances para os adversários e conquistou o título de forma antecipada, antes mesmo da tradicional última rodada dupla, algo inédito até então na história da categoria.
Atualmente com 29 anos, Da Costa entrou na Fórmula E ao final da primeira temporada e chegou impressionando, vencendo em Buenos Aires com a Team Aguri. Porém, o começo animador foi se transformando em frustração para o piloto português, conforme ia ficando cada vez mais distante das primeiras posições. Nem mesmo a troca de equipe, indo para a Andretti na terceira temporada, conseguiu coloca-lo novamente no pódio.

Só na quinta temporada, quando a Andretti se tornou equipe de fábrica com a parceria técnica formada com a BMW, que os bons ventos voltaram a soprar e logo na etapa de abertura do campeonato em Diriyah, voltou a subir no degrau mais alto do pódio. da Costa terminou o campeonato lutando pelas primeiras posições e seu bom rendimento chamou a atenção da equipe campeã, DS Techeetah, para assumir o lugar de André Lotterer.

Com um carro com condições de lutar pelo título, a tarefa parecia fácil, pois Da Costa tinha chegado no time que tinha como estrela o atual e único bicampeão da Fórmula E: o francês Jean-Eric Vergne. Mas o português não deu chances, andou a frente do companheiro de equipe por quase toda a temporada, e lhe “roubou o trono”.
“Sinto-me bem por entrar na temporada como campeão. Provavelmente não estou tão pressionado como o resultado este ano, por isso estou muito bem”, explicou Da Costa sobre chegar a Diriyah na condição de defensor do título. “Estou confiante e feliz com onde estou, como estou dirigindo e com a equipe que tenho a sorte de fazer parte. Eu só quero colocar meu capacete e dirigir o mais rápido que puder.”

Sobre o fato de ser o “alvo a ser batido” nesta temporada, Antonio Félix da Costa não demonstrou preocupação: “Na Fórmula E, você enfrenta 23 outros caras que podem vencer no dia certo. Você está batalhando contra os melhores, e o paddock está cheio de talento em todas as equipes, nas garagens e no grid. Não tenho palavras para o que estou sentindo agora.”
Com um estilo de pilotagem agressivo, aliado a um bom carro e o fato de ser o atual campeão, Da Costa espera ter o respeito de seus adversários, e quando eles olharem para ele, entendam que não será nada fácil derrotá-lo.
“Espero ser o cara que os pilotos olham em seus retrovisores e pensem: ‘aí vem o problema!’ Porque já estive nesse lugar antes. Tenho de agradecer à equipe por construir um carro absolutamente bestial – não só rápido numa volta, mas eficiente e bom para correr, o que é um fator muito importante para mim.”
“Tenho sorte de fazer o que faço. Nunca vou ficar com raiva, nem muito triste ou frustrado com isso ou aquilo, sinto muito. Vou seguir em frente. Realmente tento me divertir o máximo que posso em um dia de corrida e com os mecânicos, os engenheiros e os demais pilotos – bem como com os fãs.”
“Vou forçar, vou tentar vencer e fazer tudo de novo, mas coloco minhas chances de repetir o sucesso do ano passado em algo como 20% no máximo, já que qualquer um dos demais pilotos do grid possuem condições de disputar o título. Em um campeonato tão competitivo como esse, tudo se resume a todos os tipos de fatores.”
Da Costa está preparado para defender seu título. E os concorrentes, estão preparados para enfrentá-lo? Vamos descobrir em breve, com a rodada dupla de Diriyah nos dias 26 e 27 de fevereiro.
