Oi pessoal,
Escrevo esta coluna com muito prazer depois de todos os emails que recebi na semana passada. Peço desculpas pelo tom de desabafo mas era exatamente aquilo que estava sentindo e não poderia deixar de contar para vocês o que se passava comigo. Eu não imaginava que há tanta gente que torce por mim de verdade e queria agradecer muito a todos vocês, de coração.
Nas mais de 100 mensagens de apoio que recebi percebi que há muita gente que tem uma vasta cultura sobre o que é ser um homem que compete em um Mundial e o que acontece por trás dele, a estrutura toda que é necessária para fazer as coisas acontecerem, e que nem sempre, por mais que a gente queira, elas são como queremos. Também acredito que tudo tem uma razão de ser. Deus não faz as coisas sem um porquê. O único problema é que a gente, as vezes, sofre com as conseqüências e só lá na frente vai entender a lição. Mas eu sempre fiz a minha lição de casa rezando antes de cada corrida, fazendo o sinal da cruz antes de sair do box e todos os dias agradecendo tudo de bom e nem tão bom que acontece na minha vida, porque todas as coisas tem seu lado ruim e o bom também, é só a gente saber olhar por prismas diferentes e tirar o melhor proveito de cada situação.
Neste momento estou aproveitando as três semanas de intervalo para ficar com a minha família, curtir meus filhos, cuidar da minha lesão no ombro e melhorar meu condicionamento físico para voltar a correr em Brno na melhor condição possível.
Estive com meu médico, o Dr. Cohen para fazer uma avaliação das minhas lesões porque voltei do GP da Inglaterra com meus dois ombros muito doloridos. Estou fazendo musculação mas meu tendão ainda está inflamado e incomoda. Nada que um tratamento de fisioterapia não melhore mas é sempre bom ouvir o Dr. Cohen.
Estes dias que fico no Brasil sempre são muito bons para mim. Adoro estar com minha família e meus amigos e acompanhar meu filho nos seus treinos de kart e 50cc sempre que posso. Esta semana fomos a Itu novamente para andar com a moto 50cc Metrakit que o Lucas ganhou. Eu até me arrisquei umas voltas com ela mas para mim foi mais uma brincadeirinha porque sou muito grande e praticamente tive de ficar em pé na moto. Ter participado do treino com a molecada me fez muito bem porque me fez lembrar da minha época quando comecei e vi nos olhos do Lucas o que eu sentia quando subia na minha moto 50cc, lá atrás. Estas motos Metrakit têm 50cc, 11 cavalos, pesam 50 kg e chegam a 140 km/h. Muito legais de andar.
Além dos treinos da garotada, academia, escritório e meu cineminha de sempre também fui ver meu carro que está sendo modificado. Ainda vai demorar um pouco para ficar pronto mas já gostei do que vi. Ele está sem o motor, recebeu algumas peças eletrônicas e ainda falta ser recalibrado para poder andar com ele de novo.
Semana que vem voltamos com a coluna na terça porque viajo no domingo para Brno. Ah, e quase ia esquecendo, no final do mês estaremos inaugurando a minha loja de acessórios de motos em Moema. Aguardem mais informações.
Um abraço a todos e obrigado de novo pela energia positiva,
Alex Barros