Esse é o resumo completo do que significou as 500 Milhas do Texas, 5ª etapa da temporada 2004 da Fórmula Indy.
Em primeiro lugar, quem merece os méritos maiores pela vitória texana foi a Honda. Fazer o melhor motor de 3,0 litros da IRL, não é tarefa fácil. Em 2003 a Honda tinha uma leve desvantagem com relação á Toyota, e na parte final da temporada as duas pareciam atrás do Chevrolet de Hornish.
Em segundo lugar, quem merece muitos aplausos pela vitória é a equipe Andretti-Green, que trabalha formidavelmente nesta temporada. Com 4 pilotos no quadro de funcionários, a equipe consegue um número maior de informações sobre a pista nos treinos livres, um maior numero de “Test-Drivers” durante essas sessões, para testar um número maior de acertos, e descobrir mais rapidamente o ideal. Se a troca de informações dentro da Andretti-Green está funcionando bem, isso explica o porquê a equipe de Michael Andretti e Kim Green é o melhor time que usa os propulsores Honda, na frente até mesmo da Rahal e Fernandez.
E em terceiro lugar, quem mereceu toda a festa que lhe foi feita depois da corrida foi o soteropolitano Tony Kanaan. A razão pode ser resumida no que foi esta corrida no Texas Motor Speedway.
Kanaan largou atrás de Franchitti e Rice, mas logo já disputava a liderança com o escocês, um de seus companheiros de equipe. Kanaan guiou com a cabeça, com o controle emocional e com a experiência que ele já tem. Em nenhum momento dimiuiu o ritmo, esteve sempre constante, e quando foi pressionado, soube se sair bem. Ora Franchitti, ora Rice, ora Wheldon. Quem fosse, Kanaan fez tudo certo ao volante do #11 da Andretti-Green.
O que deu certo para Kanaan não foram apenas as coisas na qual ele poderia controlar. O que ele exercia controle nesta corrida, ele foi nota 10. Mas até o que ele não tinha como influir, deu certo para ele.
Primeiro Franchitti ainda reluta internamente para voltar á ser um grande piloto. Traumas dos acidentes passados (Homestead no Spring Trainning em 2000 e o acidente de Motociclena na Escócia há pouco mais de 1 ano) ainda fazem o escocês ter menos velocidade e coragem do que antes, então o adversário que pressionava Kanaan durante a maior parte da corrida não estava na condição brilhante na qual o baiano se encontrava.
Depois Buddy Rice, ainda de “ressaca” por se tornar um inesperado vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, teve a sorte de não se acidentar com gravidade no toque que o selvagem Darren Manning lhe deu nesta corrida. Sobre este incidente, comento algumas linhas mais para baixo.
O piloto do carro #15 da Rahal-Letterman foi jogado para fora da corrida por Manning, quando Rice parecia até ter mais ação que o carro de Kanaan, podendo repetir o resultado de Indianapolis. A selvageria de Manning favoreceu Kanaan, quando o baiano mais precisou da sorte, e fez Rice abandonar, não marcando muitos pontos em uma temporada na qual o americano aparece com boas chances de título.
E pra finalizar, Dan Wheldon, líder do campeonato e companheiro de Kanaan na Andretti-Green. A estretégia que seu engenheiro armou se revelou uma roubada, e o inglês ficou sem gasolina perto do final. Concluiu a prova 1 volta atrás dos líderes, perdendo a liderança do campeonato pra Kanaan.
Rice, Franchitti e Wheldon, os pilotos que ameaçavam Kanaan tiveram seus problemas, e isto tudo contribuiu na sorte que o baiano já vinha tendo neste final de semana. Agora resta torcer para que a sorte continue do lado do piloto da terra de todos os santos.
Sobre Darren Manning, se ele conduzir desta maneira em circuitos perigosos como este do Texas, em Kansas, Nashville, Michigan, Kentucky, Chicagoland e Fontana, certamente teremos uma fatalidade nesta temporada. Manning poderia ter provocado a catapulta de algum outro carro nesta corrida, e a direção da Indy Racing League precisa punir quem age deste modo.
Uma coisa é dar espetáculo, a outra é querer estragar o espetáculo. Kanaan, Rice e Franchitti deram espetáculo, Manning quase manchou a festa.
Um forte abraço para todos.
Antonio Pessoa