Coluna Treino Livre: Reta Final

Por Sérgio Tarcitano

Chegamos às últimas provas do campeonato. Daqui a 15 dias já saberemos quem é o Campeão Mundial de Fórmula 1 de 2010, um dos mais equilibrados desde o início da era Schumacher. Faltando duas etapas, ainda temos cinco pilotos com chances matemáticas de conquistar o título.

Muitos atribuem o equilíbrio ao novo sistema de pontuação, que eu achei horrível por acabar com todas as estatísticas da F1 relacionadas a pontos marcados, pois não se pode mais comparar o desempenho de pilotos do passado pelos pontos… Enfim, se o sistema de pontuação não tivesse sido alterado como estaria o campeonato?

Com o sistema atual: Fernando Alonso 231 pontos, Mark Webber 220 pontos, Lewis Hamilton 210 pontos, Sebastian Vettel 206 pontos e Jenson Button 189 pontos. Os cinco ainda com condições matemáticas de serem campeões. Com o sistema antigo: Fernando Alonso 92 pontos, Mark Webber 88, Lewis Hamilton 87, Sebastian Vettel 84 e Jenson Button com 77. Os mesmos cinco, nas mesmas colocações e com as mesmas condições matemáticas de conquistarem o título.

A diferença entre Alonso e Webber (11 pontos) acabaria com um simples 4º lugar obtido na pontuação nova (12 pontos). E na pontuação antiga também (cinco pontos)… Aonde eu quero chegar com isso? Que a Fórmula 1 continua interessante independente da pontuação. Apesar dos dirigentes ficarem puxando para si os créditos do equilíbrio, fica claro que são os pilotos e, principalmente, as equipes (que evoluíram muito durante a temporada), os verdadeiros responsáveis pelo que estamos vendo hoje.

A atitude antidesportiva da Ferrari no episódio da ordem de ultrapassagem forçada de Alonso sobre Massa, no GP da Alemanha, me chocou um pouco e fiquei um bom tempo sem escrever. Porém, hoje vemos que aqueles pontos a mais para Alonso podem fazer uma grande diferença no final. Mas, pela atitude da equipe, nem a Ferrari e nem Alonso merecem o título. Pelo bem do esporte.