Por Luís Joly
O Grande Prêmio de Bélgica mostra que, quando se trata de competitividade e ultrapassagens, certas coisas não devem mudar. A pista de Spa-Francorchamps continua sendo a mais interessante da Fórmula 1. Os novos circuitos que chegam trazem toda a estrutura e glamour necessários, mas pecam justamente por não oferecerem boas chances para uma corrida com bastante emoção.
Como se não bastasse isso, Spa ainda tem o fator chuva. Um circuito de sete quilômetros que pode ter garoas somente em partes dele. Absolutamente fantástico. Assim como Interlagos, Spa consegue oferecer um traçado rápido, seletivo e ainda misturar isso aos efeitos climáticos instáveis.
A pista belga é bastante seletiva – muito mais que a de São Paulo, diga-se. Normalmente, por lá se destacam os melhores dos melhores. E, neste domingo, Lewis Hamilton mostrou, mais uma vez, como busca seguir os passos de Ayrton Senna. Venceu com sobras na pista onde seu ídolo tanto ganhou. Do outro lado, Sebastian Vettel vai dando lições de como se perder um campeonato que poderia estar na mão. Deu um show de lambanças na corrida toda. A batida em Jenson Button deflora o nervosismo e a afobação típica da idade do piloto. E a Red Bull, que tanto o apoia, vê-se cada vez mais obrigada a torcer pelo talento casual de Mark Webber. Não genial, mas muito mais constante.
Faltam poucas etapas para o fim do campeonato, e ao que tudo indica a briga ficará, de fato, para RBR e McLaren. Sim, a McLaren mostrou que não está morta. Na Bélgica, trocou de papel com a Ferrari. O time italiano tinha sido sensação das últimas corridas e chegou à Spa prometendo. Mas, de promissora nos treinos, passou à morna na corrida. Alonso foi vítima da batida de Barrichello e, quando tentava ao menos pontuar, rodou e abandonou. Massa fez uma corrida bem ao seu – recente – estilo. Sem brilho, sem surpresas, mas chegando ao fim.
Embora não admitamos, é doído para os brasileiros que curtem F-1 ver todos os protagonistas de McLaren, Red Bull e Ferrari ainda com boas chances de ser campeão. Todos, menos Massa. É mais doído ainda, mas o que deveria mesmo acontecer é Robert Kubica assumir o lugar do brasileiro. Seria bacana ver como o polonês, piloto sensação, se sairia frente ao espanhol. Arrisco dizer que Alonso teria muito mais trabalho do que vem tendo agora.
RETA OPOSTA
HAMILTON, 1988
Lewis Hamilton realizou o sonho de pilotar a McLaren de Senna usada em 1988. Confira neste vídeo incrível: http://www.youtube.com/watch?v=0yCsdnUW2Ww
BARRICHELLO, 300
Outro dia estava no home do UOL um quiz sobre a carreira de Barrichello. Acertei 15 de 15. E me assustei. Estou acompanhando Rubinho na F-1 desde 1993. E parece que foi ontem.
ALONSO, 50%
Fernando Alonso disse antes da corrida que tem 50% de chances de ser campeão. Faltou mais humildade ao campeão. Depois da péssima corrida em Spa, quanto será que ele tem? 30%?
THE GAME, 22
Lembra do jogo que eu falei, de F-1, para XBOX e Playstation 3? Ele já tem data para sair. Dia 22 de setembro. Veja os gráficos e babe em www.formula1-game.com