Coluna Treino Livre: A volta da marmelada

Por Sérgio Tarcitano

Nunca pensei que voltaria a ver, pelo menos tão descaradamente, uma ordem tão antidesportiva. E novamente da Ferrari, com um brasileiro…

Sabemos que existem os interesses da equipe e que os pilotos seguem ordens. Mas o que houve no GP da Alemanha foi absurdo. Justificar lembrando o que aconteceu em 2007, quando Massa cedeu a vitória ao companheiro Mika Hakkinen no GP do Brasil, não tem embasamento. Em 2007 o finlandês foi campeão mundial com a manobra, e agora o favorecido, Fernando Reclamão Alonso está em 5º no campeonato. E com 200 pontos ainda em disputa, Massa está tão na briga pelo título quanto Alonso.

Frank Williams disse uma vez que na F1 só existe esporte entre a largada e a chegada de um GP. Acho que isso é passado, pois os interesses comerciais estão acima do esporte. A Ferrari é patrocinada (algo em torno de 40 milhões de Euros/ano) pelo banco espanhol Santander, que tem como queridinho o também espanhol Fernando Alonso. O que o Santander devia lembrar é que no Brasil ele lucrou, só no primeiro semestre deste ano, mais de 870 milhões de Euros, que equivalem a 22% de todo o lucro do grupo.

Já ouvi, e muitas vezes, rumores sobre um boicote ao Santander (e a Fiat, acionista da Ferrari). Se realmente acontecesse, o banco espanhol iria rever suas estratégias comerciais. Já que o Brasil é o seu melhor mercado.

Então, já vou aderir e divulgar a campanha. Brasileiros, tirem seu dinheiro do Santander e levem para o Banco do Brasil!