Coluna do Joly: Piloto velho é quem faz corrida boa?

Por Luís Joly

No GP da Bélgica, deu Kimi Räikkönen. De novo. Deu Ferrari, que conquista sua primeira vitória no ano, assim como a McLaren fez há duas corridas. Mas, ao término da prova, pouco se falou dessas marcas obtidas. Todos estavam mesmo de olho em Giancarlo Fisichella, o italiano de 36 anos que impressionou a todos com um desempenho tão incrível como o de sua normalmente limitada Force India. Parte da imprensa também ia atrás de Rubens Barrichello, 38, que fez uma das maiores ultrapassagens do ano (sobre Mark Webber), protagonizou uma excelente corrida de recuperação e vem tirando cada vez mais pontos do líder do campeonato, Jenson Button (que beira os 30 anos).

Longe das pistas, a imprensa vem se alimentando de uma possível volta de Schumacher. Juan Pablo Montoya foi visto conversando com a Williams. Jacques Villeneuve declara abertamente que quer voltar no ano que vem.

A F-1 está envelhecendo?

Nem tanto. A categoria, ao longo dos anos, vem é quebrando recordes em pilotos jovens. Atualmente, o detentor da marca é o espanhol Jaime Alguesuari, que substituiu Sebastien Bourdais na Toro Rosso, e nasceu em 1990. Até agora, pouco fez desde que chegou.

Então os mais velhos pilotam melhor?

Nem sempre. Luca Badoer, que está no cockpit do acidentado Felipe Massa, é o mais idoso do grid. Coincidentemente, também é o pior, sem nenhuma dúvida – na verdade, tão ruim que eu duvido que a Ferrari vá usá-lo em Monza.

O caso de Badoer, no entanto, parece quebrar todas as lógicas do esporte. A verdade é que a F-1 começa a dar sinais de que a experiência vem sendo muito bem cotada. O próprio Rubinho mostra que tem tudo para seguir correndo em 2010. Jarno Trulli, da Toyota, também faz uma boa temporada e já passou dos 30 há algum tempo.

Com as constantes mudanças de regulamento e configuração de carros, ter alguém com experiência no carro vem se tornando cada vez mais valioso. E a coisa deve piorar para o ano que vem, já que teremos novas equipes, começando do zero. As chances de encontrarmos mais veteranos no grid são grandes.

Nos anos iniciais da F-1, era comum ver pilotos com mais de 50 anos conduzindo seus carros. Atualmente, Barrichello é o porta-voz de uma série de “vovôs” da pista, que não só se recusam a sair como dão espetáculos que fazem os jovens pilotos voltarem para as fraldas.

RETA OPOSTA

Pede pra sair, Badoer

Em Valência, havia a desculpa da pista, desconhecida. Em Spa, não teve o quê dizer. Luca Badoer já deu o que tinha que dar.

Explica o caso, Briatore

O possível escândalo de uma batida proposital de Nelsinho Piquet em Cingapura, ano passado, a pedido do chefe Flavio Briatore para ajudar Fernando Alonso a vencer, começa a vir à tona. Isso ainda vai dar muito pano pra manga.

O homem de gelo continua igual

Kimi vinha sendo cada vez mais apontado como um possível demitido da Ferrari. Não vencia desde a primeira metade da temporada de 2008. A Ferrari também vinha de um incômodo jejum nesta temporada. Ou seja, essa vitória em Spa seria para lavar a alma. O finlandês, no entanto, continua comedido em sua celebração. A Ferrari não diz, mas isso também incomoda.



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