Por Aline Mattheis
Em 1929, mesmo antes da existência da Fórmula 1, existia uma categoria apenas para mulheres. Mariette Heléne Delange (nascida na França em 1900), Hellé Nice, como era conhecida, disputou sua primeira corrida. Em 1931, ela começou a competir com os homens, sem perder o charme num universo considerado 100% masculino, disputou mais de 70 corridas. Teve que encerrar a carreira, pois foi acusada por colaborar com o nazismo, fato não comprovado.
Após a criação da categoria Fórmula 1, em 1950, cinco pilotos mulher competiram.
A italiana Maria Teresa de Fillipis entrou para a história da F1 como pioneira, participou de cinco GP’s, classificando-se em apenas três (Bélgica, Portugal e Itália, em 1958). Destes, completou o GP da Bélgica em 10° lugar.
Depois de Lella, ainda tivemos mais três representantes femininas na Fórmula 1, mas nenhuma delas teve resultados expressivos.
Divina Galica estava inscrita em três GPs (Inglaterra em 1976, pela equipe Surtess, e Argentina e Brasil em 78, pela Hesketh), mas não se classificou para nenhum deles. Desireé Wilson estava inscrita apenas no GP da Inglaterra de 1980 (pilotando uma Williams particular) e também não se classificou.
Nos três primeiros GPs de 1992 (África do Sul, México e Brasil), tivemos a oportunidade de ver a última mulher que teve a chance de tentar alinhar no grid, mas como Giovana Amati não conseguira classificar o Brabham-Judd, foi, então, substituída pelo futuro campeão mundial de 1996, Damon Hill, nas etapas restantes. O carro não era nada bom, ele também não conseguiu classificá-lo em seis das etapas seguintes.
Além das cinco citadas, também tiveram a oportunidade de guiar um F1: a americana Sarah Fisher, em 2001, num evento da McLaren em Indianápolis, e a inglesa Katherine Legge que fez 27 voltas em um teste da Minardi, em Vallelunga, 2005.
A piloto americana Danica Patrick, primeira mulher a vencer em uma das principais categorias automobilísticas do mundo, a F-Indy disse não ter vontade de entrar na Fórmula 1, mas seria ótimo tê-la.
Há os que aprovam a presença de mulheres no automobilismo, como Niki Lauda, mas também há aqueles que não vêem com bons olhos, como o inglês Jenson Button: “As mulheres começam a correr nas fórmulas menores com 16 ou 17 anos. Elas não terão chance começando assim. Eu e a maioria dos outros pilotos iniciamos com oito anos. O desgaste físico é muito grande e há esportes nos quais a mulheres não correm bem: o automobilismo é um deles”, declarou à rádio BBC, em 2003.
Imagino que se as mulheres se dedicassem desde cedo ao esporte, esse quadro poderia ser diferente. E pode ser, né mulherada???
Basta desmistificar a idéia que automobilismo só serve pra homem, e esse machismo vem da cabeça dos pais, e não das meninas que até querem competir, mas são vetadas das pistas e colocadas numa sala de ballet.
E quanto ao Jenson, que eu gostava até esse exato momento, gostaria que ele pudesse me responder se a composição física masculina é diferente da feminina!