Por Ylan Marcel
“O tempo passa, o tempo voa…”. Esse jargão cai como uma luva para a atual situação dos pilotos brasileiros na Fórmula 1. Daqui a alguns dias, estaremos diante de mais um GP, em Valência, na Espanha. E o Brasil, como há muito tempo não acontecia, será representado por apenas um piloto: Rubens Barrichello.
Isto é incrível! Impressionante constatar que, independente das circunstâncias, 16 anos após sua estréia na categoria máxima do automobilismo mundial, Barrichello ainda é a grande esperança do Brasil na Fórmula 1. Podem não concordar com isso para um futuro próximo. Mas, numa visão imediata, é a verdade nua e crua.
Rubens Barrichello poderá alcançar a 100ª vitória do país na Fórmula 1. Até o GP da Hungria, o corredor mais experiente da história do “circo” ainda tinha a concorrência de Felipe Massa, na Ferrari, e de Nelsinho Piquet, na Renault.
Eis que, num acidente casual, Felipe fica de molho. Já Nelsinho, demitido da Renault, ainda não encontrou vaga em nenhuma outra escuderia para completar a temporada deste ano.
Essa esperança da torcida brasileira em Barrichello é lugar-comum na carreira do piloto. Este paulista, de 37 anos, estreou em 1993 pela Jordan. Naquela época, ao menos, os olhos dos tupiniquins estavam voltados muito mais a Ayrton Senna. Porém, com a morte do tricampeão, Rubinho passou a ser o preferido da torcida brasileira na lista de “substitutos” ou de “novos-Sennas”.
Até 1996, colheu alguns raros bons resultados na mesma Jordan, até que percebeu a estagnação de sua carreira e resolveu apostar num projeto inovador de Jackie Stewart. A parceira durou três anos e rendeu a Barrichello uma vaga na Ferrari no ano 2000.
Começava aí um período de conquistas e também de críticas. Ao todo, foram nove vitórias, 13 poles e 15 voltas mais rápida em seis temporadas completas pelo time italiano. Porém, a companhia de Michael Schumacher permitiu a Barrichello, no máximo, vice-campeonatos.
Em 2006, desembarcou na Honda com esperanças de títulos. O que se sucedeu foi uma série de três temporadas pobres em matéria de resultados: apenas um pódio, no GP da Inglaterra de 2008.
Por fim, os japoneses se mandaram e deixaram a equipe nas mãos do ex-engenheiro da Ferrari, Ross Brawn. A Brawn GP fez sucesso no início do campeonato de 2009. Porém, novamente, Barrichello foi ostensivamente batido por seu companheiro, o combalido Jenson Button, de quem já não se esperava grandes coisas.
Agora, na reta final do certame, resta ao brasileiro tentar, ao menos, uma vitória. E ajudar o britânico na árdua tarefa de derrotar a Red Bull pelo título mundial.
O tempo passa, o tempo voa e as funções de Barrichello na Fórmula 1 continuam as mesmas: para a torcida brasileira, esperança de vitórias. Para sua equipe, apoio fidedigno a um companheiro.
Que lástima!
PS1: Quero desculpar-me com os leitores pela ausência da coluna na semana passada. Uma forte gripe me derrubou (pensei até que fosse uma suína!). Porém, recuperado estou. Até o meu blog, o Motorizado, já está novamente atualizado. A vida tem que seguir…
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ylan Marcel
www.motorizado.wordpress.com