Através do tempo: Brawn – a BAR dez anos depois

Por Ylan Marcel

Quem vê a equipe Brawn GP dominando a Fórmula 1 nos dias de hoje, talvez não se dê conta das origens do time. A antiga Tyrrell, que foi comprada por David Richards no final de 1998, daria vida a um time completamente novo, que nada tinha a ver com a antecessora, campeã mundial com Jackie Stewart uns 30 anos antes.

A sede nova, em Brackley, na Inglaterra, tinha o apoio da Reynard, velha produtora de chassis vencedores na Fórmula Indy. Como pilotos, o ex-campeão Jacques Villeneuve e o brasileiro Ricardo Zonta.

Mas, na pista, tudo se refletiria em fracassos consecutivos. Tanto que, ao final da temporada, nenhum ponto foi somado. No ano seguinte, o carro melhorou e permitiu ao time alcançar o quinto lugar geral, seguido de um pódio em 2001 e a sexta posição entre os construtores.

Em 2002, a Honda, que fornecia motores ao time desde 2000, deixou a Jordan e se transformou em parceira exclusiva da equipe. O resultado apareceu imediatamente. Com Jenson Button no lugar de Olivier Panis, o piloto britânico tratou de aposentar o parceiro Villeneuve e conduziu o time a um excelente quinto posto no mundial de 2003.

O salto definitivo foi dado em 2004. Com um carro bem nascido e adaptado aos pneus da Michelin, permitiu Jenson Button subir 10 vezes ao pódio e conquistou o vice-campeonato mundial entre as equipes.

Para 2005, faltava a vitória. Mas o ano seria de transição. A Honda estava, pouco a pouco, assumindo o comando do time, que já não tinha mais nenhuma das figuras de sua fundação em 1999 (David Richards e Jacques Villeneuve, por exemplo).

Enfim, 2006 marcou o ingresso da montadora japonesa e o fim da BAR. Mas sua sede permaneceu em Brackley e a Honda apenas turbinou a estrutura. Os resultados, no entanto, jamais apareceram. Pelo contrário.

A vitória de Button, na Hungria, não passou de um golpe de sorte, numa corrida em que os favoritos bateram por conta da chuva ou se atrasaram com problemas. Nem a chegada do experiente Rubens Barrichello foi capaz de ajudar no desenvolvimento do projeto.

Depois de viver dois anos no completo ostracismo, a gigante nipônica desistiu do sonho da F1 e entregou seus espólios a Ross Brawn, no início de 2009.

É isso. A Brawn GP, que atualmente vive na crista da onda na categoria máxima do automobilismo mundial, teve que se reinventar por muitas vezes nesses 10 anos. Parece ter encontrado o caminho. O título mundial ao final do ano irá coroar uma história de altos e baixos incomum na Fórmula 1 moderna.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.