Por Luís Joly
Jenson Button era apenas mais um nome na Fórmula 1 até 2008. Tinha só uma vitória na F-1 e poucas pessoas (por mais frio que isso possa soar), mesmo entre os especialistas, lembravam da sua existência na categoria. Hoje, o piloto inglês cada vez mais desponta como o campeão mundial do ano, já fazendo história. Venceu seis das sete primeiras corridas e só não leva o título se algo muito, muito improvável acontecer.
O caminho que vai tomando o campeonato é uma ducha de água fria na FIA, que queria usar o número de vitórias como principal critério para definir a disputa. A regra não valeu em cima da hora, muito devido aos pilotos e equipes, que foram totalmente contra. Contrariados ou não, os executivos hoje certamente agradecem a esse grupo, ou o campeonato estaria ainda mais previsível do que já está. E a pergunta que fica é: será que os comissários e executivos que controlam a F-1 não deviam ouvir esses “especialistas” novamente?
Max Mosley assumiu a Fórmula 1 em outra época. Era 1991, e seu antecessor, dos mais impopulares em terras brasileiras – creio que muitos lembram do nome Jean Marie Balestre. Sim, esse nome que pra uma geração tornou-se sinônimo de vilão, de inimigo. Balestre tinha muitos e numerosos defeitos, mas ele certamente sabia que não deveria aparecer mais do que a categoria.
Não parece ser o caso de Mosley, que insiste em brigar até o fim com as equipes. Agora, os pilotos se solidarizaram aos seus times. De um lado, FIA, Williams e Force India. De outro, todo o resto. E parecem testar a paciência de todos para ver se realmente é possível haver um racha na F-1. E isso não será bom pra ninguém, como já se viu com a Indy, IRL, Fórmula Mundial, Champ Car – ou como queiram chamar.
Talvez seja hora da FIA perceber que ela sozinha não brilha. E que existem outras formas de controlar os custos da F-1 sem contrariar todo mundo. O campeonato deste ano já está surreal e, muito em breve, terá o campeão mais precoce de ume temporada. Imaginem como será com Lola, USF1 e Force India como protagonistas.
RETA OPOSTA
A insana briga pela audiência…
…leva a emissora que transmite a F-1 no Brasil a dar uma ridícula aura de “mestre turco” a Felipe Massa. O piloto jamais prometeu nada, fez o máximo que conseguiria com a limitada Ferrari. Mas em vinhetas e chamadas, a TV ressalta que Massa é um completo especialista no circuito. Pode até ser, mas só isso não ganha corrida. Precisa de carro, como Jenson Button está provando perfeitamente este ano.
Está começando a ficar chato
Jenson Button vencendo todas até lembra outro inglês, em uma das temporadas mais chatas dos anos 1990: Nigel Mansell, em 1992. Aliás, o companheiro dele na época era o recordista no número de corridas na F-1 (Riccardo Patrese). Coincidência?
Cadê o Rubinho?
Não sei de quem foi a culpa na largada ruim de Barrichello, mas ficou claro que as tentativas de ultrapassagens do brasileiro durante a corrida que o levaram para o fim do grid (em Kövalainen e Sutil) foram claramente decisões precipitadas do piloto. Faltou maturidade aí (por incrível que pareça).
Superinteressante
A edição deste mês da revista da Abril traz um “e se Senna não tivesse morrido?”. Convido a quem quiser ler a reportagem e comentar comigo o que acham.