Por Ylan Marcel
A enxurrada de equipes que planejam entrar na Fórmula 1 em 2010 é surpreendente. Não fosse a limitação do grid da categoria em 12 ou 13 times, poderíamos ver a repetição de temporadas passadas, como no final da década de 80, onde quase 20 equipes compunham os fins de semana de GPs, se esgoelando em uma série de treinos oficiais e pré-classificações para saber se teriam a honra de participar de uma corrida.
Querem um grid gorducho novamente. Que bom! Sinal de que os velhinhos da FIA, dos quais este colunista tanto reclama, começam a perceber as burradas que fizeram nos últimos 10/15 anos.
A mais gritante, talvez, foi achar que todas as montadoras desejavam estar na Fórmula 1. Isso foi em 1997, na formulação de um novo Pacto da Concórdia. A partir de 1998, a categoria máxima do automobilismo mundial estava limitada em 12 equipes por temporada.
Pior: cada nova organização que quisesse fazer parte desta elite, teria de pagar, à vista, a bagatela de U$ 48 milhões aos cofres da FIA. Este valor seria devolvido, de forma parcelada, em três anos. Isto para garantir que as novas equipes não saíssem logo após uma ou duas temporadas de fracassos.
O resultado destas medidas foi trágico. A Fórmula 1 jamais teve 12 equipes em seu grid e, por outro lado, uma série de times tradicionais vieram a falir, em função do encarecimento da categoria com a entrada das milionárias montadoras, que elevaram seus orçamentos em algumas centenas de milhões de dólares.
Além disso, grandes montadoras como GM, Porsche, Volkswagen, Chevrolet, Peugeot, SEAT, dentre outras, jamais manifestaram o interesse de ingressar no “Circo”. O picadeiro de “Nazi” Mosley e “Senil” Ecclestone estava esvaziado.
Depois de muito penar, a Fórmula 1 ganha uma revigorada. A crise mundial, que muitos pensavam ter o poder para acabar com a brincadeira, permitiu a possibilidade de uma nova era na categoria.
Mais equipes significam mais pilotos, mais patrocinadores e uma saúde financeira melhor para todos. Por que foi tão difícil chegarem a esta conclusão tão simplória?
Fica evidente que a Fórmula 1 quer voltar ao passado. Ela sabe, assim como seus fãs, que aqueles tempos eram bem melhores.
Um abraço e até a semana que vem.
Ylan Marcel
www.motorizado.wordpress.com