Por Samantha Alievi
O que fazer quando você tem 37 anos, é o piloto mais velho do grid, tem o carro mais rápido do campeonato e mesmo assim não consegue andar no mesmo ritmo do seu companheiro de equipe?
Quando a Honda anunciou a sua desistência da F1, Rubens Barrichello logo foi aposentado pela imprensa. Quem iria contratar um piloto que tinha mais de dez anos na F1? Claro que a sua experiência pesava em seu currículo, mas depois da estreia de Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, o que os chefes de equipe queriam era mais um piloto novo (e barato) com possibilidade de crescimento na equipe deslanchar no campeonato. Sua salvação foi a compra da Honda por Ross Brawn.
Desde então Rubens vem sofrendo em tentar chegar ao primeiro lugar do pódio. Ou a estratégia falha ou algum problema acontece na corrida. Depois do último desempenho do brasileiro em Mônaco fiquei pensando até onde ele vai. Porque pelas suas declarações Rubens corre até alguém dizer chega.
Isso me fez lembrar o tenista Fabrice Santoro. Essa semana ele completou sua 20º e última participação em Roland Garros. O francês tem um estilo de jogo que muitas pessoas gostam de ver porque não é igual a nenhum outro no circuito. Tanto sua direita quanto sua esquerda são jogadas com as duas mãos.
E o que isso tem a ver com Rubens? Assim como o brasileiro, Santoro tem 36 anos, é o mais velho do circuito e decidiu escolher 2009 como o ano de sua aposentadoria. Em uma de suas declarações sobre o porquê de sua retirada, Santoro explicou: “Os novatos conseguem treinar cinco ou seis horas por dia, mas alguém com a minha idade teria problema em passar essa mesma quantidade de tempo em dois dias.”
Vendo Barrichello ter tanta dificuldade em alcançar Jenson, me pergunto se o mesmo não acontece com ele. A idade pesa sim para um esportista, por mais que se negue o corpo já não tem as mesmas reações de um piloto que ainda está na casa dos 20.
Me incomoda o fato de Rubens estar ocupando um espaço que poderia ser de um piloto mais jovem e com chances de lutar de igual para igual com Jenson Button.
Espero não ver de algum piloto uma declaração parecida com a que Marat Safin deu sobre a aposentadoria de Santoro: “Lamento ele não ter se retirado antes. Já é bem velho, deveria ter se aposentado há anos. Destruiu um par de torneios na minha vida e, graças a ele, não pude ganhar alguns torneios”