Coluna Mundo Veloz: Fórmula-1 3G? Estamos ficando velhos?

Por Carlos Garcia

– Na próxima sexta feira a morte de Ayrton completa 15 anos. Foi naquele primeiro de maio de 1994 que se encerrou uma das maiores (senão a maior) gerações da história da Fórmula-1. Quem acompanha um pouco a história da Fórmula-1 em algum momento ouviu falar do quarteto Senna/Piquet/Prost/Mansell que, juntos, somaram 11 títulos.

– De lá pra cá já se passaram duas gerações e algumas crianças hoje conhecem Ayrton Senna da mesma forma que eu conheço o Pelé, ou então Jack Stewart, por vídeos. Algumas outras crianças conhecem Ayrton Senna pelo fato dele ser nome de túneis, avenidas ou rodovias em grandes cidades e estados.

– Michael Schumacher por algum tempo foi o grande remanescente, mas não viveu aquela geração, faz parte da posterior. Juntos eles correram uma temporada completa e travaram vários duelos. Chegaram até as vias de fato em ocasiões hoje guardadas com certo carinho pelo alemão. Rubens Barrichello e Giancarlo Fisichella hoje são os dois únicos que viveram aquele dia.

– A segunda geração após essa citada teve nomes, além de Schumacher, como Mika Hakkinen, Jacques Villeneuve, Damon Hill, Heiz-Harald Frentzen, David Coulthard e os ainda remanescentes Jarno Trulli, Nick Heidfeld, Jenson Button e Mark Webber. Dessa turma temos o quarteto Schumacher/Hakkinen/Villeneuve/Hill, com os mesmos 11 títulos da geração anterior.

– Felipe Massa, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso, embora tenham corrido junto com o alemão, já fazem parte da nova geração. Como se brada por aí: “É a Fórmula-1 da nova geração, amigo”. Alonso conquistou seus dois títulos com Schumacher ainda na pista, Raikkonen foi o primeiro campeão após o fim de sua era e Felipe Massa se juntou ao novato Lewis Hamilton para travar a mais espetacular decisão da história dos mundiais da Fórmula-1, em Interlagos ano passado, quando o inglês ficou com a taça.

– Pois é, nem percebemos, mas o tempo passou. Vivemos a morte de Ayrton e também a despedida do mito Schumacher, ainda bem que com vida. Agora temos um quarteto Alonso/Raikkonen/Hamilton/Massa que, além de de ser ameaçado por estrelas emergentes como Sebastian Vettel, Robert Kubica e outros, ainda sofre com o desempenho de suas equipes. Não é a toa que, dos 6 primeiros colocados no campeonato, 5 pertençam à geração anterior, Button, Barrichello, Trulli, Glock e Webber.

– O difícil é saber como lidar com isso. A cabeça desses jovens é muito diferente dos pilotos de outrora, a forma de pilotar, o profissionalismo de suas equipes e até mesmo o forte jogo político/financeiro no qual a Fórmula-1 se envolveu. De bom para nós, os brasileiros, é a volta de nossos compatriotas brigando pelas primeiras posições.

– Pois é, assim como os celulares, a Fórmula-1 está chegando ao 3G.

E mais…

– Deu Brawn. Que pena. Nada contra o mestre Ross Brawn, apenas torci muito para que a Toyota desencantasse e conquistasse sua primeira vitória na Fórmula-1. Seria merecido e importante para sua permanência na categoria. Mas erraram na estratégia, aí não dá;

– Barrichello perdeu de novo, está ficando claro que falta pouco para que Button seja proclamado o primeiro piloto do time, se é que já não o foi. Em equipe pequena isso é muito importante;

– A Ferrari levantou a bandeira que precisava de pontos para não sair do Bahrein amargando o pior início de mundial de sua história. Conseguiu os pontos mas sim, foi o pior início de todos. Precisaria ter conquistaod algo melhor que o 5º lugar;

– Alonso desmaiou após a prova. Dizem as más línguas por aí que não foi ausência de líquido em sua magueira e sim o fato de saber que não conseguiu ser muito melhor que… Nelsinho Piquet;

– Barrichello vai para o espaço. Marcos Pontes já foi, até nisso ele será o segundo?

– Final bonito da GP2 Ásia para o Brasil. Diego Nunes venceu no sábado e o ótimo Luiz Razia no domingo. Podemos esperar uma boa temporada para a categoria principal;

– E tem Stock no domingo em Brasília. O certame nacional ainda não conseguiu empolgar nesse início de ano. Talvez por ter começado muito cedo. Vem aí um hiato muito grande de corridas que não deve agradar os patrocinadores.

Até a semana que vem

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