Por Carlos Garcia
– Quando a empresa da bebidas energéticas Red Bull decidiu entrar no mundo da Fórmula-1 ela o fez porque investia na carreira de vários pilotos e também equipes em outras categorias. Até mesmo na Fórmula-1 a empresa pintava os carros da Sauber. Eles acreditaram que poderiam vencer, não no primeiro ano, mas poderiam, por que não?
– O primeiro ano mostrou a equipe em boa forma, melhor que sua antecessora, a Jaguar. Mas como já era esperado as vitórias não vieram. A solução encontrada tempos depois foi trazer o mago das pranchetas, o inglês Adrian Newey, que prestava seus serviços para a McLaren. Seria ele o Messias? Que traria a primeira vitória do time?
– E a segunda equipe então? Após a iminente derrocada da Minardi Dietrich Mateschitz resolveu fazer uma parceria com o também austríaco Gherard Berger e adquiriu a equipe, nomeando-a para Toro Rosso, nada mais nada menos que “Touro Vermelho”, ou “Red Bull” em italiano, onde fica a sede do time.
– Essa segunda equipe serviria de testes para pilotos que um dia poderiam ascender à equipe principal. E entre eles estava o jovem e precoce alemão Sebastian Vettel. Aquele mesmo que, ao sentar em um Fórmula-1 pela primeira vez em um final de semana oficial fez o melhor tempo da sexta feira em 3 GP´s seguidos.
– Não se esperava que ele acertasse o carro do time, mas em 2007 nas primeiras corridas que fez pela Toro Rosso os dois pilotos começaram a andar na zona de pontuação, Vettel e Liuzzi. Mais que isso, após um mal início, a Toro Rosso mais uma vez melhorou nas mãos do jovem alemão até o momento de glória, a vitória no Grande Prêmio da Itália de ponta a ponta em um GP chuvoso, sim, mas onde ele não se deixou pressionar em momento algum, corrida tranqüila e sem erros. De quebra a filial ainda ficou na frente da matriz Red Bull no fim do campeonato.
– Não contente com esse resultado, Vettel não esperou nem sequer a reta final do campeonato para retribuir a confiança que a Red Bull lhe depositou ao contratar-lo para a equipe principal. Aproveitando o bom rendimento do carro iria para o pódio não fosse uma besteira de pilotagem que custou o soeu abandono, o de Kubica e também a perda de 10 posições no grid para o Grande Prêmio da Malásia.
– Pois é, eis que chega o Grande Prêmio da China e Vettel dispõe de um carro bem acertado pra pista. Nem o “Leão de Treino” Mark Webber consegue impedir que ele conquiste a pole position. Na corrida, mais uma vez lembrando o GP da Itália, ele percorre todo o percurso sem sustos e mais uma vez sobe ao alto do pódio. O Messias da Red Bull é ele, fez com a filial e agora com a matriz, a primeira vitória de cada um dos times das bebidas energéticas. Quem da asas à quem? A Red Bull à Vettel? Não… é Vettel à Red Bull.
E mais…
– E a Ferrari, hein? Não fosse o abandono de Adrian Sutil e a equipe italiana seria a única sem pontos no mundial. Mais uma vez Felipe Massa fazia boa corrida quando seu carro o deixou na mão;
– Aliás, um absurdo a Rede Globo levantar questão de que ele teria sofrido com pane seca uma vez que os carros são pesados antes de cada GP;
– Barrichello sofreu mais uma vez com seu carro e não passou da quarta posição. Okay, em uma corrida chuvosa erros são perdoáveis e maus desempenhos também, mas é a terceira derrota para seu companheiro de equipe em três corridas. E a viceliderança já passa a ser algo assustador;
– Nelsinho Piquet está mais assustado ainda. Seu péssimo desempenho em três corridas já faz com que Briatore repense sua permanência. O dirigente parece disposto a driblar a força do nome Piquet e limá-lo já a partir da sexta etapa do mundial. A cláusula de performance presente no contrato entre piloto e equipe permite;
– E a Ferrari resolveu admitir que o difusor não é o grande problema da equipe. Afinal de contas a Red Bull venceu sem a peça e sem o KERS. Por que então levaram a fundo o pedido para que a FIA considerasse a peça ilegal? Por que insistem em dizer que o campeonato está decidido?
– E Briatore? O que deve ter pensado da vitória da Red Bull? A “Brawn de outro planeta” perdeu para uma equipe considerada legal pelo italiano.