Através do tempo: A breve história da equipe Wolf

Por Ylan Marcel

Depois de uma vitória acachapante da Brawn GP, na abertura do Mundial de Fórmula 1, falou-se bastante sobre a Wolf, equipe que, em 1977, venceu igualmente o GP inaugural daquela temporada, na Argentina. Depois de 32 anos, um time estreou com vitória na categoria máxima do automobilismo mundial. Um feito e tanto.

Porém, dados estatísticos à parte, pouca gente conhece a história desta equipe. Aproveitando o gancho da histórica coincidência, vamos aproveitar este espaço para voltar no tempo e relembrar detalhes da curta passagem da Wolf na Fórmula 1.

Esta saga começa em 1975, quando o canadense Walter Wolf, filho de pais austríacos, passa a freqüentar o mundo mágico dos paddocks. No ano seguinte, se associa à Williams, comprando 60% da Frank Williams Racing Cars. Ainda assim, aceita manter o Velho Frank como chefe do time.

Wolf não estava para brincadeira. Decidiu comprar a Hesketh, que estava deixando a categoria. Seus carros, os modelos 308, foram rapidamente re-batizados como Wolf Williams FW05.

Para chefiar o departamento técnico, Harvey Postlethwaite é contratado. Jacky Ickx e Michel Leclere seriam os pilotos e a expectativa era enorme.

Mas a parceria não durou muito. O carro era fraco e não chegou a qualificar-se para os GPs. A partir da França, Leclere foi substituído por Arturo Merzario, mas o time seguia sem alinhar nos grids. Do GP da Inglaterra até o fim do ano, alguns pilotos-pagantes se revezaram no cockpit.

No final da temporada, Walter Wolf decide que seria necessária uma total reestruturação para se obter resultados nas temporadas seguintes. E as atitudes foram tomadas. Frank Williams, acreditem, foi demitido. Para seu lugar, Peter Warr foi contratado junto a Lotus.

Em 77, Postlethwaite apresenta o Wolf WR1. Para pilotá-lo, Jody Scheckter, até então na Tyrrell, é contratado. O sul-africano seria o único piloto da equipe naquele ano. A regra, à época, permitia isso. Atualmente, cada construtor tem, por obrigação, competir com dois pilotos em todas as provas do calendário.

E Scheckter conseguiu vencer logo de cara. Mesmo largando de 11º, apenas quatro carros sobreviveram as 53 voltas no circuito de Buenos Aires, na Argentina. O brasileiro Carlos Pace, na Brabham, foi um longínquo segundo colocado, 43s atrás do vencedor. Completou o pódio, o piloto da casa, Carlos Reutemann, da Ferrari.

A Wolf ainda venceria os GPs de Mônaco e Canadá daquele ano, faturando a pole na Alemanha. Jody Scheckter termina o campeonato como vice-campeão, atrás do austríaco Niki Lauda. Entre os construtores, a novata equipe fecha como quarta colocada, com 55 pontos.

Em 78, o time manteve a base e Postlethwaite apresentou o WR5, com efeito solo. Mas o carro simplesmente não andava. Ainda assim, conquistaram 4 pódios e terminaram a temporada na quinta posição. Vale lembrar que nas seis últimas provas do certame, Keke Rosberg e Bobby Rahal ocuparam uma vaga no segundo carro. Porém, jamais pontuaram.

O ano de 1979 seria o último da aventura da Wolf na Fórmula 1. Com Jody Scheckter se transferindo para a Ferrari, James Hunt, campeão de 76, viria para seu lugar. A nova construção de Postlethwaite, o WR7, nasce muito mal e sofre um total de sete atualizações.

Nem o patrocínio da Olympus adiantou. No final das contas, nenhum ponto foi obtido nas 15 etapas do calendário. Novamente, a Wolf adotou a idéia de apenas um carro por corrida. A partir da oitava etapa, na França, Hunt se aposenta e é substituído por Keke Rosberg.

No fim do ano, Wolf se cansa da Fórmula 1 e decide vender tudo a Emerson Fittipaldi, que funda a Copersucar. Começa aí a história da primeira e única equipe brasileira na Fórmula 1. Quem sabe, uma boa idéia para a próxima coluna?

Um grande abraço e até a semana que vem.

Ylan Marcel

www.motorizado.wordpress.com



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.