Por Samantha Alievi
Confesso que o desempenho da Brawn GP não me surpreendeu em nada, a equipe que veio de ótimos resultados nos testes coletivos apenas cumpriu o que se esperava.
Mas o que me chamou a atenção na abertura do campeonato da Formula 1 foi a aparência dos pilotos. Assim que saíram as primeiras fotos de Melbourne, com os pilotos trajando seus uniformes oficiais, ficou nítido o trabalho de preparação física que os mesmo tiveram para esse ano. Se compararmos com as fotos dos anos anteriores veremos que o KERS foi o fantasma dos pilotos na pré-temporada.
Ficou a impressão que eles passaram o inverno só comendo alface e treinando duro. O pai de Kimi Räikkönen, Matti Raikkonen, não parou de dar entrevistas aos jornais finlandeses afirmando que seu filho passou noites seguidas treinando na academia de casa e segundo boatos decidiu deixar as baladas de lado e abster-se da bebida.
Fernando Alonso que perdeu 4 quilos encarou uma rotina diária de quatro horas de ciclismo. Flávio Briatore revelou que o espanhol percorreu 200 km (!), número um tanto exagero pelo italiano, mas que mostra como foi ferrenho o treino de seu pupilo.
Até Nick Heidfeld, o menor piloto do grid, precisou de uma rigorosa dieta para chegar aos atuais 58 quilos (!). Robert Kubica, Timo Glock, Lewis Hamilton, Heikki Kovalainen e Felipe Massa também passaram o inverno contando calorias.
O alemão da Williams, Nico Rosberg não gostou nem um pouco de emagrecer, chegando a propor um limite de peso para os pilotos, baseando-se na estrutura física de cada um.
Idéia bastante razoável levando-se em conta que os pilotos mais leves podem perder também força muscular. Essa foi a maior preocupação dos preparadores físicos, com a força gravitacional enfrentada em cada curva, é necessário que eles percam apenas gordura e não massa muscular.
Em condições normais, os pilotos encaram curvas com força gravitacional cinco vezes maiores que os seus corpos, o que exige grande resistência física. Em corridas como a próxima da Malásia, sob forte temperatura, os pilotos saem ainda mais desgastados, devido ao forte calor e a desidratação.
Normalmente ao fim dessas corridas quentes, eles acabam perdendo entre 1 a 2 quilos, para os pilotos-modelos menos gordura para queimar e maior desgaste físico. No próximo fim de semana Sepang estará debaixo de chuva, ou seja, uma temperatura mais amena.
Não poderemos ver como estará o estado físico dos pilotos após a prova, mas ficarei atenta para Bahrein, acredito que lá teremos uma noção melhor do preparo de cada um e como eles enfrentarão a maratona de um GP. Quem sabe a proposta de Nico Rosberg não acabe voltando à tona.