Através do tempo: A pontuação ao longo dos tempos

Por Ylan Marcel

Em minha primeira coluna no F1Mania.net, resolvi abordar um tema interessante, que foi motivo de discussões e polêmicas durante toda a semana passada. A pontuação na Fórmula 1 já sofreu diversas modificações ao longo dos anos. Porém, muita gente desconhece a história deste importante fator na disputa do título mundial da categoria.

Em 1950, ano do primeiro campeonato do mundo, a distribuição era bastante simples. Apenas os cinco primeiros colocados em cada GP eram bonificados, na seguinte proporção: 1º-8pts; 2º-6; 3º-4; 4º-3 e 5º2. Além deles, o autor da volta mais rápida de cada prova recebia um ponto extra, independente de sua classificação ao final do evento.

Essa regra vigorou até 1959. No entanto, é preciso lembrar que, neste período, era comum e válido um piloto assumir o carro do companheiro de equipe, ou, até mesmo, ocorrer uma pilotagem em dupla. Até 1957, pilotos que dividissem um mesmo carro em uma corrida dividiriam também os pontos (os 8 da vitória se transformavam em 4 para cada um, por exemplo).

A partir de 1958, as pilotagens em duplas continuaram a ser permitidas, mas os mesmos não somavam pontos e nem podiam os repassar ao corredor classificado na posição subseqüente. Por conta dessa regrinha, as duplas acabaram sendo extintas ao longo da década de 60.

Também é importante considerar a regra dos descartes, que sobreviveu até a temporada de 1990. Ela mesma sofreu modificações, das mais diversas. Por exemplo: em 1967, dividiu-se o campeonato em duas metades e os piores resultados de cada uma delas seriam os descartados e não simplesmente os dois piores do ano.

Em 1979 foi feito algo parecido. Com um calendário de 15 etapas, dividiu-se o certame em dois: um de 7 e outro de 8 GPs. Ao final, apenas os 4 melhores desempenhos de cada parte valeriam para a tabela de pontos. No ano seguinte, em 1980, repetiu-se este esquema, somando-se um resultado válido a mais em cada metade.

De 1981 a 1990, outra idéia: Somava-se o número total de GPs da temporada e dividia-se por dois. O resultado era acrescido de 3, sempre arredondando para cima em caso de número fracionário. Como nesses anos a quantidade de GPs variou entre 15/16, os 11 melhores resultados sempre foram os que decidiram aqueles mundiais.

Voltando a pontuação em si. A década de 60 marcou a primeira modificação real deste quesito do regulamento da categoria. A partir de 1960, a volta mais rápida deixou de render aquele ponto extra, passando ao corredor que completasse a etapa em sexto lugar.

Logo no ano seguinte, nova mudança. A vitória passaria a ser mais valorizada e contabilizaria um ponto a mais àquele que a obtivesse. Este esquema (9-6-4-3-2-1) foi o formato que mais tempo vigorou na Fórmula 1.

Até que em 1991 os descartes foram abolidos. Com a idéia de valorizar ainda mais a vitória, o vencedor passou a totalizar 10 pontos. Agora, seriam quatro pontos a mais que o segundo colocado, que continuaria marcando os mesmos seis.

Finalmente, em 2003, após algumas temporadas dominadas amplamente pela Ferrari e por Michael Schumacher, a FIA formula um novo sistema que, além de priorizar a consistência, beneficiaria os oito primeiros colocados dos GPs (10-8-6-5-4-3-2-1).

De fato, a mudança surtiu efeito. De lá pra cá, apenas em 2004 não tivemos uma temporada equilibrada. Se considerarmos os três últimos campeonatos, todos eles foram decididos na última etapa, coincidentemente o GP do Brasil.

Para 2009, a FIA outorgou a maior modificação da história. Não no sistema de pontuação, que permaneceria intacto. Mas na maneira de definir o campeão. Aquele piloto que vencesse mais GPs ficaria com o título ao final das 17 corridas, independentemente de sua pontuação.

O absurdo em questão, no entanto, não demorou a ser deixado de lado. Dias depois, as equipes ameaçaram colocar a FIA na justiça se o regulamento fosse realmente implantado. Sem saída, a Federação foi obrigada a voltar atrás, adiando a medida para a temporada de 2010.

Tomara que esqueçam essa tosqueira e, na pior das hipóteses, acordem uma nova pontuação.



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