Por Sérgio Tarcitano
A discussão da semana foi a “zebra” do GP da Itália. Aliás, na minha última coluna, escrevi que os resultados inesperados são meio que normais em Monza e, inclusive, citei uma prova anterior que teve uma verdadeira zebra no resultado. Porém, no último final de semana, Sebastian Vettel, da Toro Rosso (ex-Minardi), debaixo de chuva, dominou o treino e fez a pole position. No domingo, liderou a corrida de ponta à ponta e não deu chances para ninguém. Isso não é zebra. Se a corrida caísse no colo dele, seria. E não foi o caso.
O líder do campeonato, Lewis Hamilton, depois de uma aula de pilotagem na chuva, continuou no mesmo ritmo fora da pista. Só que, falando besteira… É incrível a capacidade deste rapaz de falar bobagem (deve ter aprendido com um locutor conhecido dos brasileiros).
Felipe Massa, depois de mais uma atuação discreta, só pensando em marcar pontos, tem, finalmente, o apoio da Ferrari, e vai ser ajudado por Kimi Raikkonen… Só fico tentando imaginar como isso será feito, pois o finlandês não está conseguindo acompanhar nem a Renault do Alonso… Vai tirar ponto de quem?
Para o campeonato, acredito que Felipe está mais focado. Se o carro estiver competitivo para ganhar, ele vai à luta. Se o carro não estiver bom, ele sossega e procura marcar o maior número de pontos possíveis. Hamilton é um excelente piloto. A McLaren tem um excelente carro. Quando não está fazendo calor é um carro insuperável. Mas o piloto corre riscos desnecessários. Jogou o Glock pra fora da pista, tocou rodas com o Alonso e, já no final da prova, com o Mark Webber. Imagine se fosse o Coulthard. O resultado final poderia ter sido diferente.
Para os que dizem que Massa não está fazendo corridas dignas de quem quer ser campeão, lembrem-se que caso seu carro não tivesse quebrado faltando 3 voltas para o final do GP da Hungria ele estaria 10 pontos a frente de Hamilton.
O GP de Monza sempre foi rico em ultrapassagens. Suas retas e curvas de alta favorecem muito isto. O que eu nunca tinha visto anteriormente, em nenhum GP, foi a quantidade de “desultrapassagens”. Todo mundo estava devolvendo a posição. Parece que as ultrapassagens só valiam se fossem feitas duas vezes, para comprovar mesmo a superioridade. Verdadeiros cavalheiros. Vamos ver quanto tempo vai durar isso…
Voltando ao caso da punição de Lewis Hamilton no GP da Bélgica. Gostaria de registrar que me manifestei contrário a punição. Porém, o que era divulgado sobre o regulamento era que “se o piloto, ao passar reto numa chicane, levar vantagem sobre outro, deve devolver a posição”. Mudei minha opinião ao saber que o texto nada fala sobre devolver a posição, o regulamento diz que nenhum piloto pode se utilizar do artifício de passar por fora da pista para se beneficiar em uma ultrapassagem. Então, neste caso, a punição foi correta.