Sandro Mendes
Recentemente, recebi do escritor Odir Cunha convite para o lançamento de seu livro Sonhos mais que possíveis, em São Paulo.
“O livro traz 60 histórias de pessoas que não se conformaram com as dificuldades impostas pelo destino. Obstáculos físicos, sociais, psicológicos, políticos – todos foram enfrentados com coragem e paixão por estes seres indomáveis, cujo exemplo nos enche de motivação para lutar por nossos objetivos.
O húngaro Karoly Takacs era um grande atirador quando perdeu o braço direito. Poderia ter desistido, mas passou dez anos treinando com a mão esquerda e se tornou bicampeão olímpico. O jovem Anthony Nesty não deu ouvidos às teorias de que negro não pode nadar bem, e ganhou a medalha de ouro dos 100 metros borboleta dos Jogos de Seul.
O índio Jim Thorpe fazia parte do povo mais humilhado nos Estados Unidos. Viveu segregado em reservas. Ele poderia dar-se por satisfeito ao conseguir um emprego e levar uma vida pacata. Mas fez muito mais: tornou-se o maior atleta do mundo. Seu exemplo inspirou a aborígene Cathy Freeman, que 90 anos depois unificou a Austrália com o seu sucesso nas pistas.”
São histórias que lembram duas figuras impressionantes do automobilismo: Niki Lauda e Alessandro Zanardi.
O primeiro sofreu um terrível acidente em Nurburgring, seu carro incendiou-se, e ele ficou preso nas ferragens por vários minutos. Um padre chegou a ser chamado ao hospital para lhe dar a extrema unção. Mas apesar de graves queimaduras, que lhe custou partes da orelha direita, Lauda ainda voltaria a correr naquele ano, e só perderia o título mundial nas últimas corridas. Nos anos seguintes, ainda ganhou mais dois títulos mundiais.
Zanardi correu na Fórmula 1 e na CART, onde foi bicampeão (1997 e 1998). Sofreu um acidente assustador no circuito oval EuroSpeedway Lausitz, em 2001, que lhe amputou ambas as pernas. Esteve a um passo da morte. Mesmo assim, voltou a disputar corridas em carros adaptados.
Histórias como essas mostram que o homem tem uma capacidade infinita e que portanto é preciso sonhar sempre, até mesmo quando tudo parece perdido.
Um abraço do Piloto X. Paz.