Por Carlos Garcia
– Sim, foi um lance de sorte, muita sorte… mas a verdade é que depois de 15 anos o Brasil volta a liderar um mundial de pilotos de Fórmula-1. E a sorte citada apenas aumentou a vantagem de Felipe Massa que seria o primeiro na tabela mesmo chegando em segundo lugar, e aí o que conta é o talento e o trabalho do piloto durante este mundial. Ainda no campo sorte, mesmo que fosse ela a responsável pela liderança, quanto este item não faltou a Rubens Barrichello e ao próprio Felipe Massa nos últimos anos?
– Pois bem, talvez Felipe Massa possa hoje ser considerado o melhor piloto do mundial não só pelos pontos conquistados, mas sim por ter conseguido se recuperar de dois erros – um deles muito grave, na Malásia – e com muita velocidade ter vencido os Grandes Prêmios do Bahrein, da Turquia e agora da França, onde Kimi Raikkonen se recuperou de um mau início de temporada em 2007 para sagrar-se campeão.
– Foi difícil, principalmente trabalhando sob pressão, que Massa conseguiu mudar a condição de piloto que a imprensa já considerava como fora da Ferrari para a próxima temporada – seria substituído por Vettel – para líder do mundial e favorito ao título.
– E como será agora a pressão de se manter no topo? Felipe Massa poderia em um campeonato tão equilibrado – embora com uma segunda metade que favoreça a Ferrari – se manter assim até o Grande Prêmio do Brasil? Perguntas e mais perguntas certamente assolam a cabeça do piloto que comanda agora a dança do “Dois pra lá, dois pra cá”, onde ele pode administrar a vantagem – com diferença de apenas dois pontos do vencedor para o segundo colocado – e não precisa brigar desesperadamente pela vitória.
– Outro problema é o ufanismo. Ouvi ontem em uma emissora de rádio que “as manhãs de domingo voltarão a ser felizes”, uma frase muito dita na fase Barrichello que só aumentou a carga sobre ele. Espero também não ouvir coisas do tipo “ninguém segura Massa” ou “acelera Felipe” pois ainda não sabemos de que forma isso pode influenciar a cabeça do piloto da Ferrari, que não parece querer ser candidato a herói.
– Ele é rápido, talvez o mais veloz deles em voltas lançadas, mas tinha o problema da constância e as vezes botava tudo a perder. Depois de seu erro na Malásia, Massa consegue administrar a segunda posição sem se arriscar para vencer. 5 pontos o separam ainda de seu principal rival, que é seu companheiro de equipe Kimi Raikkonen. Kubica não deve estar na briga até o fim e Hamilton não deve ter cometido seu último erro da temporada.
– Com esse panorama no Grande Prêmio do Brasil, última etapa do ano, eu até aposto minhas fichas nele.
E mais…
– Pontos para Nelsinho, enfim. Não foi brilhante, mas imprimiu bom ritmo e isso era tudo que ele precisava no momento. A ultrapassagem, no final, foi a recompensa por um bom trabalho;
– Lewis Hamilton cometerá quantos erros até o fim do ano? Depois da bela corrida de Kovalainen a batata vai ficar quente na mão dele. É prova de fogo;
– E não acredite na promessa de Bernie Ecclestone de que a prova de anteontem foi a última da Fórmula-1 em Magny Cours. Silverstone já teve sua despedida umas 2 vezes e Ímola teve umas 5;
– E que corrida do Heidfeld, hein?
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GP de Abu Dhabi