Por Sandro Mendes
Na semana passada, o internauta Thiago Neves postou o seguinte comentário na coluna O Piloto X n.o 14:
“Mesmo estando em uma coluna preparada para o piloto Nelsinho Piquet, me vejo na função de destacar, não só pelo meu fanatismo, mas também pelo reconhecimento, de que Massa este ano está pronto. Venceu todas as irregularidades do início do campeonato com maestria e brilho, qualidades essas inerentes a todos os grandes pilotos que a Fórmula 1 já teve. Atualmente, a sensação é Kubica e Hamilton, mas, inegavelmente, é a qualidade e o arrojo de Massa que nos encanta. No GP do Canadá demonstrou sorte de campeão, solidez na direção, arrojo e garra de um grande vencedor. Lutou novamente contra os erros de sua própria equipe e verdadeiramente a nosso sentir sagrou-se vencedor de mais uma dessas batalhas. Esperaremos por mais espetáculos. Dá-lhe Massa. Abraços.”
Concordo em gênero, número e grau com Thiago. Também gosto muito da postura do Felipe Massa. É um lutador. É daqueles que não querem nem saber se o pato é macho, querem o ovo. Como diz um amigo meu, é daqueles que matam a cobra e endurecem o pau.
Felipe não se rebaixou nem para o bicampeão Fernando Alonso. Pelo contrário, peitou o espanhol quando foi preciso, em 2007. Esta é uma característica dos campeões: respeitar o adversário, mas não se submeter a ele.
Massa é também um vibrador. Quando vence, festeja com garra. Quando perde, não se deixa abater, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.
Se no início do ano mostrou-se ansioso e desastrado, parece que tirou lições valiosas de seus erros. No Canadá, por exemplo, lutou até o fim, mas soube se conter e não fazer nenhuma besteira ao chegar atrás de Timo Glock.
Felipe é um dos favoritos ao título. Pode até não chegar lá, mas vai dar muito trabalho para os adversários. É veloz, guerreiro e não entrega o ouro fácil, não.
É diferente do Kimi Raikkonen, com aquela cara de água filtrada. Raikkonen é um ótimo piloto, mas é mais frio que um defunto. Parece estar desligado do mundo. Para ele, parece que vencer e perder são a mesma coisa.
Massa lembra um pouco Gilles Villeneuve, pelo arrojo e pela audácia nas ultrapassagens. Acredito que suas chances sejam grandes, ainda mais considerando que a Ferrari é melhor do que McLaren e BMW.
A sorte está lançada. Quem viver, verá.