Por Sandro Mendes
Nelsinho Piquet tem sido uma decepção na F1 2008. Acompanho sua carreira há tempos e jamais poderia imaginar um início tão apagado e desastroso na categoria.
Acredito que o problema maior de Nelsinho seja o psicológico, a cobrança de todos (e dele próprio) para que “honre” os feitos de seu pai.
Já vimos um filme muito parecido com este. Barrichello também tentou ocupar o vazio deixado por Senna. Mas ninguém é igual a ninguém e Rubinho acabou se dando mal no fim das contas.
A propósito de Barrichello, vale frisar que a vida e as corridas são repletas de ironias. Os Piquet (principalmente o pai) várias vezes criticaram a performance de Rubinho. A meu ver, tinham razão. Porém, nunca poderiam imaginar que um dia, na F1, o velho Rubinho acabaria se saindo melhor que o jovem Nelsinho.
Esta é a vida, assim são as corridas. Massa começou o ano mal e hoje já é franco candidato ao título. Já a Ferrari, considerada a rainha das estratégias, fez feio em Mônaco e no Canadá.
A vida e as corridas dão literalmente muitas voltas. Lewis Hamilton que o diga, ao perder um campeonato ganho no ano passado e também ao dar show em Mônaco e em seguida atropelar Raikkonen no último GP. Outro exemplo: Robert Kubica. No ano passado, no Canadá, o terrível acidente. Neste ano, a sensacional vitória.
Por todas essas razões, acredito que Nelsinho Piquet tenha condição de dar a volta por cima, apesar de tudo. No momento, sua situação é muito preocupante. Ele precisa urgentemente fazer uma boa corrida, porque a Fórmula 1, um ambiente de multinacionais e negócios bilionários, é uma máquina de moer gente.
O filho do grande tricampeão está com o pé na entrada da máquina e prestes a ser moído. Quase não há mais tempo para engatar marcha à ré e mudar de direção. As cartas estão na mesa, mas nas voltas das corridas e da vida, nenhuma possibilidade pode ser descartada antecipadamente.