Por Carlos Garcia
– O grande acontecimento no mundo do automobilismo na última semana foi a absolvição de Max Mosley que foi julgado e ganhou de presente uma moção de confiança por parte dos membros da entidade. O mundo da velocidade não aceitou muito bem, mas ficou claro que ele venceu com base nos votos daqueles que não tiveram coragem de assumir que o apoiavam. A orgia “nazo-sado-masoquista” não teve efeito direto para ele, mas pode ainda ter resquícios no meio.
– E de repente acontece o Grande Prêmio do Canadá em meio a essa crise onde algumas coisas chamaram muito a atenção de todos. Como pode uma pista nos dias de hoje passar por problemas de recapeamento? Problemas esses que decidiram em especial o grid de largada, pois alguns se adaptaram e outros não ainda no sábado.
– Na prova Lewis Hamilton deu mostras que a capacidade que ele tem de fazer uma burrada é proporcional ao tamanho de seu talento, ou seja, enorme. Tirou-se da prova por não ver o sinal vermelho na saída do pit, mas, em especial, não viu que havia um carro da mesma cor vermelha e também forçou o abandono de Raikkonen em um inusitado momento onde os dois líderes do mundial abandonaram um GP, o que piora sua situação.
– Rubens Barrichello depois de tanto tempo voltou a liderar uma prova, andou em quarto fortemente, errou, mas pontuou mais uma vez. Outro que voltou a aparecer em posição de destaque foi o excelente Fernando Alonso que poderia – e deveria – ter voltado ao pódio, mas, como estamos falando de corridas, sofreu com um problema de câmbio e abandonou, faz parte.
– Felipe Massa foi o responsável por belos momentos também. Caiu para último após o drama de ter de repetir um pit stop, fez ultrapassagem dupla, outras se aproveitando de erros e andou muito forte passando seu companheiro de equipe no mundial embolando ainda mais a disputa.
– E o que dizer da primeira vitória da Polônia na Fórmula-1. Ainda mais vinda de um piloto que passou pelo maior drama de sua vida exatamente nesta mesma pista de Montreal onde ele sofreu o acidente plasticamente mais chocante dos últimos anos na categoria. Mais que isso, é a confirmação de um talento mais do que promissor surgido nos últimos anos de um lugar onde ninguém esperava que agora ainda assume a liderança de um mundial dominado por McLaren e Ferrari.
– Lembra do tema do primeiro parágrafo? Pois é, pode voltar ao início do texto para relembrar, pois depois de tudo que aconteceu no último domingo muita gente esqueceu. É a grande prova de que a Fórmula-1 é mais forte que isso.
E mais…
– Já que o polonês é a bola da vez eu ouvi sábado com todas as letras ditas pelo próprio: “Em italiano é Kubica, em polonês é Kubitza”. Acabou a polêmica?
– É realmente terrível pensar que uma pista nos dias de hoje possa passar por problemas de asfalto solto. Inadmissível, além das ultrapassagens isso também nos fez lembrar os anos 80. Espero que o Grande Prêmio não sofra nenhuma sanção, pois tem o melhor traçado do campeonato;
– Todos os pilotos que andaram passando pelo sinal vermelho nos últimos tempos foram absolvidos depois do acidente de ontem entre Hamilton e Raikkonen. É bom pensar porque isso vem acontecendo com tanta freqüência;
– Também Felipe Massa, responsável por momentos bisonhos em algumas provas deste ano terá seus erros esquecidos e entra de vez na briga pelo mundial;
– Raikkonen afirmou não ter ficado bravo. E nem poderia, afinal de contas, depois que ele tirou Adrian Sutil do quarto lugar no Grande Prêmio de Mônaco o destino provou que a lei da compensação existe;
– E antes que me esqueça. Parabéns Coulthard pelo pódio conquistado no braço.
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