Por Carlos Garcia
– Quando eu comecei a andar meu pai me deu todas as condições para que eu pudesse fazer isso. Tentou me colocar de pé, mostrou-me a sensação de fazer isso, me deu segurança, mas quando eu tentei arriscar os primeiros passos ele estava lá para me fiscalizar, ajudar e até para, mas proteger de uma eventual queda, que deve ter acontecido.
– Lembro-me até de uma situação onde, de tanto eu insistir, ele permitiu que eu colocasse meus dois dedos em uma tomada de 110 volts. Claro que ele sabia que aquele choque iria apenas me assustar e não me traria conseqüências, mas quando cai no choro, ele estava lá para me segurar. Isso evitou que eu tomasse essa atitude em um momento que ele não estivesse por perto.
– E o que isso tem a ver com Fórmula-1? É que em tempos onde o Brasil vive uma escassez de pilotos com chance de chegar na principal categoria do automobilismo mundial, uma de nossas principais esperanças era Nelson Ângelo Piquet. Seria ele o substituto de Felipe Massa, que substitui Barrichello, que por sua vez sucedeu Ayrton Senna.
– Quem deu todo apoio para que tudo acontecesse foi o pai Nelson, tricampeão mundial. Ele montou uma equipe na F-3 para que o filho não tivesse maiores dificuldades e o filho correspondeu. Fez o mesmo na principal categoria de acesso à Fórmula-1, a GP-2, onde correu atrás do patrocínio da Medley e para isso até aceitou Xandinho Negrão como piloto. Lá Nelsinho disputou duas temporadas, uma mal e outra bem, mas não foi campeão. De qualquer forma chegou à Fórmula-1 através da boa disputa que teve com o inglês Lewis Hamilton.
– Nas categorias por onde passou além de ter uma equipe montada para si o pai esteve sempre por perto. Quando era necessário que alguém lhe desse algum conselho o tricampeão estava lá, quando um tapinha nas costas era o melhor remédio Nelson Piquet fazia e quando não queria testar, ao que tudo indica, o pai entendia. Nada lhe faltou em sua escalada rumo à Fórmula-1.
– Agora Nelson Ângelo Piquet, vulgo Nelsinho ou Piquet Jr, está na Fórmula-1 e a primeira atitude de seu pai foi declarar ao mundo que o filho chegou onde deveria e que agora deveria caminhar sozinho, ou seja, ele não mais iria às corridas. Coincidentemente seu filho não está conseguindo atingir os resultados que eram esperados pelo mundo e sua vaga como piloto da Renault está seriamente ameaçada.
– E Nelsão, o que faz? Até agora nada, nem sequer está indo às corridas ou coisa que o valha. Não dá uma declaração sobre o assunto e não defende o filho perante a imprensa mundial, mesmo tendo sido ele que deu todas as condições para que o filho estivesse onde está. Talvez exista mesmo o tal prazo que a Renault teria dado a ele para que apresente um bom resultado e se pai não estará presente.
– O que está acontecendo é mais ou menos o seguinte: O pai deu condições para que o filho colocasse o dedo na tomada, mas não está lá para conter as lágrimas do filho.
E mais…
– Promete ser um show a votação sobre o futuro de Max Mosley como presidente da FIA. Estaria ele com os dias contados? Não sei porquê, mas lá no fundo eu acho que não;
– Kimi Raikkonen estaria de malas prontas para deixar a Fórmula-1 em 2009? Com seu jeito maluco é bem capaz que isso seja verdade e seria a grande resposta para a validade dos contratos dos dois pilotos da Ferrari. O de Massa vai até o fim de 2010 e o do campeão Kimi termina um ano antes.
– Vem aí aquela que para mim costuma ser a melhor corrida da temporada de Fórmula-1. O Grande Prêmio do Canadá é sempre capaz de reservar alguma surpresa. Eu apostaria na Ferrari, mas é possível que tudo dê errado para todo mundo e algo diferente aconteça.