Por Sandro Mendes
Mãe é um ser que sofre muito. Mãe de piloto sofre dobrado. Aquela que deu a vida se vê na situação de assistir seu filho correr risco de morte nas corridas.
Aposto que o coração de Viviane Senna, por exemplo, é contra a carreira de piloto de seu filho Bruno.
E é para ela e para todas as mães desses sujeitos malucos que voam pelas pistas do mundo que dedico o texto abaixo, que escrevi para Maria, minha mãe, há alguns anos atrás:
MARIA
No teu tempo mais doce, mãe moça
Pois surgi de teu corpo jovem, de teu ventre quente, mãe minha
E então ganhei o teu colo, mãe morna
E bebi do teu leite, mãe mel
No frio, buscar teu calor, mãe manto
Na fome, buscar teu sabor, mãe mama
Foi assim no começo, mãe mestra
Tendo tua mão como guia
Deixei tuas águas, venci tuas margens
E integrei-me à terra, mãe mar
O tempo passou de repente, mãe mechas
Já não tomo do teu sangue, mãe mina
Hoje, sou eu quem parte e o choro é teu, mãe manha
Tão triste, no aceno de mão, mãe mágoa
Mas como te esquecer,
Se estás no peito e na mente, mãe marcas,
No corpo, em cada gesto meu, mãe maga,
Pela carne tua que tenho em mim, mãe mana?
Que a vida seja sempre palco dos teus sonhos, mamãe
E que todos os dias possam ser Dia das Mães, Maria.
Um abraço do Piloto X. Paz.