Por Carlos Garcia
Poucas coisas no mundo são menos emocionantes que uma aula de dança. Não há virtuose em uma aula, é só aquela historia do professor ou professora dizer: “Faz assim, dois pra lá, dois pra cá”. Não conheço muito de dança, mas sei que em aula não há ninguém sendo jogado para cima tampouco passando por baixo das pernas de quem comanda o ato.
Kimi Raikkonen é um pouco assim. Um piloto acima da média e também de qualquer suspeita, isso não há duvida, mas suas vitórias poucas vezes trazem algum diferencial para as corridas. Não, não estou sendo injusto, sei que há algumas exceções, como o Grande Prêmio do Japão de 2005 quando ele ultrapassou o italiano Giancarlo Fisichella na abertura da última volta e venceu a última prova daquele mundial, mas fatos como esse não são comuns ao “homem de gelo”.
Mas este comentário não significa em momento nenhum uma crítica ao simpático Raikkonen (sim, o acho simpático, no bom sentido é claro). Fiz esta introdução para dizer que o mundial 2008 está em suas mãos, e do jeito que ele gosta. Sua equipe, a Ferrari, não precisará sequer passar pelo desconforto de anunciar quem é o primeiro piloto do time, pois Felipe Massa, por mais que queira, e quer, não vai chegar.
O brasileiro será seu principal concorrente na luta pelo título devido ao carro que tem por enquanto de longe o melhor do grid, e também por ter aprendido algumas lições. Na Espanha mesmo, não dava para chegar em Raikkonen e ele se contentou com o segundo lugar para não cometer o mesmo erro que o tirou do Grande Prêmio da Malásia.
E por que ele não vai chegar? Culpa do próprio sistema de pontuação da Fórmula-1, que premia a regularidade do piloto em detrimento de sua competitividade. Enquanto o vencedor faz 10 pontos, o segundo colocado faz 8 e perde somente dois para quem triunfar em determinada prova. Se você, amigo leitor, fosse líder do mundial iria tentar brigar pela vitória mesmo sabendo que o prejuízo é mínimo e pode ser descontado facilmente na prova seguinte? Acho que não, porque chegar em segundo significa perder apenas 2 míseros pontos no mundial.
Raikkonen tem hoje 9 de vantagem para o vice-líder Lewis Hamilton que nem sequer parece ser seu principal rival. Tentando a partir de agora chegar ao fim de todos os GP´s, e sabendo que pode vencer qualquer prova seguinte, pois tem carro e braço para isso, é vantagem para o finlandês que todos façam a partir de agora a dança do “dois pra lá, dois pra cá”.
E mais…
– Barcelona não tem jeito mesmo. Não lembro qual foi a última boa corrida de Fórmula-1 disputada por lá. A pista é bonita, o lugar é demais, mas pra GP não;
– Agora vem por aí uma boa corrida, uma ruim, mas que vale pela imprevisibilidade e a melhor do ano. Turquia, Mônaco e Canadá;
– Impressionante o acidente do Kovalainen. Impressionante o estado de seu cockpit, que pode ser visto aqui. Mais impressionante que tudo isso somente o fato dele ter saído sem ferimento nas pernas, isso sim;
– Não sei se mais alguém viu ou se estou ficando maluco, mas fiquei com a impressão de ter visto o Nico Rosberg saindo do pit em um momento onde a luz vermelha deveria estar acionada. Não que isso vá mudar a cotação do dólar, pois ele nem completou a prova, mas fiquei com a pulga atrás da orelha;
– Para finalizar, quero agradecer ao Victor e aos amigos da “F1Mania” pelo espaço que me foi aberto e que espero permaneça ativo por muito tempo.
Até a semana…
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