Por Sandro Mendes
O carro é um cartão de visitas, uma demonstração de poder, um símbolo de status. Normalmente, quanto maior o bolso, melhor o carro. Quanto mais alta a posição social, melhor a posição de dirigir – a direção é hidráulica, o ar é condicionado, o vidro é elétrico, o banco é de couro e o câmbio é automático.
Os carros também retratam a posição econômica das nações. Em Cuba, não é por acaso que os automóveis estão caindo aos pedaços. Na antiga Alemanha Oriental, os habitantes andavam de Trebant, um caixote com motor de liquidificador. Enquanto isso, os alemães ocidentais viajavam de Porsche, Mercedes, BMW, Audi, entre outras máquinas maravilhosas. Nos Estados Unidos, de um modo geral, os veículos sempre foram grandes, luxuosos e beberrões. Na antiga União Soviética, por sua vez, a maioria dos carros não tinha luxo algum e era tecnologicamente atrasada. Tudo conforme a condição econômica de cada país.
A frota brasileira, por exemplo, está aumentando em ritmo acelerado, reflexo de uma economia estabilizada. Em um passado não muito distante, andávamos de Fusca, Chevette, Corcel, Fiat 147 e nas velhas Kombi barulhentas e instáveis. Com a globalização, o Brasil abriu suas fronteiras e vieram os importados. Para competir, a indústria nacional se renovou e hoje temos um leque enorme de opções.
As montadoras concorrem entre si ferozmente. Por curiosidade, até mesmo modelos de mesma marca disputam mercados semelhantes. Na linha dos sedãs, por exemplo, a Chevrolet tem hoje o Prisma, o Corsa, o Astra, o Vectra e o Ômega. No passado, ou você andava de Chevette ou de Opala, ou então teria que optar por outras marcas.
O mercado mudou muito, mas air bag, ABS e direção hidráulica já deveriam ser itens indispensáveis para todos os modelos nacionais. Mesmo assim, o carro brasileiro não é mais uma carroça, como disse certa vez o ex-presidente Fernando Collor.
Falta agora cuidar do trânsito e das estradas. Nosso cartão de visitas (o carro nacional) é razoável, mas nosso currículo (o trânsito) e nossa aparência (as estradas) precisam melhorar substancialmente.
Um abraço do Piloto X. Paz.