Por Sandro Mendes
Parece que não aconteceu que nunca estivemos lá, em frente à televisão, naquelas manhãs de domingo.
Parece que nunca assistimos ao vivo aquelas ultrapassagens inacreditáveis e nunca ouvimos o locutor eufórico, ao final das corridas, narrando mais uma entre tantas vitórias.
Passou como tudo passa. De repente, vários anos de conquistas se acabaram em um muro de cimento. Trágico, terrível, mas real.
E lá se vão quase quinze anos desde aquele 1.o de maio, um dia em que derramei lágrimas, a exemplo de milhões de pessoas, por causa da crueldade da vida.
Porém, como sempre acontece, o mundo e o automobilismo continuaram a dar suas voltas, através de outros personagens, através de outros pilotos. A vida não pára, nem mesmo quando se perde um gênio. Vieram novas corridas. Novas páginas foram escritas e viradas.
Para o povo brasileiro, foi preciso tirar de letra, de vírgula, de reticências. Perdemos o catalisador de sonhos, perdemos um sujeito raro, que conseguia a façanha de unir o país do futebol em torno do automobilismo.
Foi um duro golpe, mesmo sabendo que sempre haverá um parágrafo a mais na história. Resta-nos torcer pelos brasileiros que continuam a se arriscar nesse esporte espetacular e perigoso chamado automobilismo. Eles não têm o mesmo talento. No entanto, cada um luta com o que pode e tem ao seu alcance.
O Brasil e o mundo não esquecem aquele piloto de imensurável talento. Não há como esquecê-lo. Mas é preciso olhar para frente.
Um abraço do Piloto X. Paz.