Por Victor D. Berto
Era 2003, e eu já morava nas proximidades do autódromo há uns 8 anos ou mais, mas nunca tinha assistido um Grande Prêmio de Fórmula 1 ao vivo. Eu lembro que ganhei o ingresso dos meus pais por algum motivo, que nem me recordo qual era, mas estava feliz como nunca.
O meu GP inesquecível não foi propriamente a corrida, mas sim o treino, o primeiro treino livre da sexta-feira, na verdade naquela época existiam duas sessões quase que de madrugada de duas horas cada com os pilotos titulares e de testes correndo pela pista.
Carros e pilotos de Fórmula 1 já havia visto aos montes, mas nunca eles em ação na pista.
Foi quando no dia 4 de abril de 2003, depois de algumas horas de fila, algumas horas de espera embaixo de uma garoa fina típica de São Paulo e da região onde está situado Interlagos, eu ouvi um barulho de motor, barulhos que também já havia ouvido aos montes, por morar tão próximo, mas o barulho vinha em minha direção, quando pela primeira vez vi um carro de Fórmula 1 rasgando a reta oposta.
Era Ralph Firman esse seu capacete combinando com as cores amarelas da Jordan EJ13, carro que mais tarde venceria aquela etapa conturbada pela chuva com Giancarlo Fisichella ao volante.
Depois de sentir e ouvir aquele barulho de motor e vê-lo passando na minha frente minha vida nunca mais foi a mesma, ela que já era tão diferente, e eu nunca esquecerei daquele momento único.