Por Leandro Kojima
Mal a GP2 começou e já estamos vendo os pilotos de fraldas se pegando. Depois de três etapas, já se sabe que a categoria é dura, todo mundo pode vencer, mas só uns 5 ou 6 estão brigando diretamente pelo título. Tudo bem até aí, piloto tem mais é que se pegar mesmo, se a gente quisesse ver todo mundo feliz e se dando bem, assistiríamos ao Teletubbies, mas pra uma categoria que praticamente começou ontem, as brigas começaram bem cedo, e envolvendo por enquanto um piloto em especial: Nelsinho Piquet.
Nelsinho, desde que entrou no automobilismo, sempre esteve envolvido em confusões, como em 2002, quando seu pai tomou a pista de Brasília pra sua equipe e pra seu rebento ficar testando, privando os brasilienses de uma etapa da Fórmula 3. Na F3 Inglesa, em especial, não se envolveu em nenhuma confusão direta, mas foi só vir a GP2 para as confusões voltarem. Em Barcelona, Nelsinho se tocou na última volta da corrida com Adam Carroll, jogando o inglês do 2° para o 6° lugar. E agora, em um treino em Mônaco, é atingido por Can Artam e em seguida joga seu carro em cima do turco. Depois, nos boxes, Nelsinho foi atrás do piloto da ISport para distribuir umas porradas, exatamente como fez seu pai há 23 anos, em um GP na Alemanha, quando ele deu socos inúteis no chileno Eliseo Salazar.
Nelsinho até estava certo, afinal o turco é uma besta e não deveria ter licença pra guiar nem carrinho de pipoca, quanto mais o carro n° 2 da categoria. Se viesse um indivíduo e fechasse seu carro, a primeira coisa que você gostaria de fazer é descer do carro e bater nele até a morte. Óbvio. Mas Nelsinho deu a impressão que perdeu as estribeiras e agiu como uma criancinha hipócrita: chora quando acontece com ele, mas desconversa quando é ele quem apronta. Foi o que ele fez com Carroll em Barcelona.
Em Barcelona, enquanto Nelsinho comemorava o pódio, Carroll bufava, mas não chegou a ir atrás do brasileiro pra tirar satisfações, como ele quis fazer com Artam em Mônaco. São duas confusões que Nelsinho se envolve, em três corridas. Muito pra quem ainda, na prática, não é nada no âmbito automobilístico internacional.
Talvez Nelsinho aprenda a lição, e mude um pouco seus conceitos. Ou pelo menos, passe a agir como seu pai, que tinha inimigos, mas abafava isso vencendo. Porque se não fizer isso, vai ser apenas mais um desses pilotinhos comuns por aí, com a diferença de sair com inimigos por onde passou. Que a futura ovelha negra seja apenas uma futura ovelha negra do subjuntivo, e não do indicativo.