Coluna do Moneytron Onyx: Marasmo de pré-temporada

Por Leandro Kojima

Pré-temporada é um saco. Principalmente pra quem escreve, que acaba sendo obrigado a escrever sobre o vácuo, ou inventar bobagens ou relembrar de coisas antigas (“ah, aquele pega em 1989 entre fulano e beltrano…”). Ainda pra quem escreve sobre Fórmula 1, existem frivolidades como “Montoya e Raikkonen visitam orfanato em Guiné-Bissau”, “Heidfeld se casa no fim do ano” ou “Villeneuve se torna dono de boate gay em Vancouver”. Coisa que não acontece nas categorias menores, como a GP2, mesmo porque não existem motivos. Afinal de contas, quem quer saber se, por exemplo, o Scott Speed foi tirar férias na Mongólia ou que o Sérgio Hernandez será patrocinado por uma empresa espanhola de preservativos?

De qualquer jeito, deve haver coluna com o que há em disposição:

– Enrique Scalabroni quer subir para a Fórmula 1 em 2008 com a BCN, comprando uma equipe ou utilizando-se de estrutura própria. Legal, mais uma equipe na Fórmula 1, pensaríamos inocentemente. Mas uma coisa é gastar US$ 2 ou 3 milhões pra correr na frente na GP2, e a outra é gastar US$ 200 milhões de dólares para operar uma equipe média de Fórmula 1. Além disso, a BCN não é a equipe mais estável e mais estruturada da categoria, muito pelo contrário. Em 2003, a equipe terminou o ano com a corda no pescoço, devido à falta de dinheiro. Isso sem contar o histórico das inúmeras tentativas frustradas de fazer uma equipe de Fórmula 3000 subir pra F1, como ocorreu com a First e a DAMS. Outras até conseguiram, mas só subiram pra fazer número, como Onyx, Lola, AGS, Pacific, Coloni e Forti Corse.

– É raro ver pai de piloto duvidando da capacidade de seu filhote nas pistas. E a exceção tinha de ser justamente Niki Lauda, que sempre falou o que realmente pensa. “Ainda não sei se Matthias é um campeão”. Na verdade, isso foi um mero eufemismo, que queria dizer “meu filho não guia porcaria nenhuma”. E todo mundo já percebeu isso. Matthias Lauda foi o último colocado nos dois dias de testes em Barcelona.

– Situação dupla na Hitech/Piquet: Nelsinho Piquet anda sendo o mais consistente entre os treinos, e todos já dizem que ele é o favorito para o título. Eu ainda não tenho tanta convicção assim, mas de qualquer jeito: ele é o piloto mais forte para o início de temporada. Ao contrário, Xandinho Negrão anda preocupando a equipe com seus resultados fracos, ainda mais em comparação a Nelsinho Piquet. Tudo bem, seu carro realmente anda apresentando mais problemas que o do campeão inglês de F3, mas é verdade que enquanto não teve problemas, também não fez muita coisa.

– Depois de Scott Speed, mais um da GP2 ganhou sua primeira oportunidade para andar de F1: o espanhol Borja Garcia, que testou um Toyota em Paul Ricard. É uma das revelações espanholas, mas não é dos pilotos mais constantes, pois alternou entre as primeiras e as últimas posições nos testes. O teste com o Toyota, aparentemente, não foi dos piores, mas ainda é cedo pra julgar o espanhol.

– Depois de dois anos com duplas de pilotos ruins, a Supernova finalmente parece ter acertado a mão. O experiente e competente Giorgio Pantano será o primeiro piloto, e o segundo será o vice campeão da F3 Inglesa Adam Carroll. De fato, eram os dois melhores pilotos que buscavam a vaga. Além deles, havia Bruce Jouanny, rápido mas nada de mais, e Hayanari Shimoda, discreto.



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