Coluna do Moneytron Onyx: A tourada vermelha

Por Leandro Kojima

Hoje em dia, você olha pra qualquer categoria, Fórmula 1, Indy Racing League, GP2, corrida de jegue. Está na moda ter sempre um competindo com um equipamento azul metálico com o desenho de dois touros vermelhos e uma bola amarela no meio. Já se sabe do que se trata, não?

A Red Bull, atualmente, é o patrocinador bicho-papão do automobilismo. Teoricamente, é uma bebida estranha que eu nunca cheguei perto e que dizem que é perfeita misturada com vodka. Tudo bem, pode-se dizer: é melhor uma bebida estranha do que um maço de cigarros, ainda mais sabendo que a Marlboro era o grande bicho-papão publicitário das décadas de 80 e 90 (sem exagero, quase todas as categorias top do mundo tinham pelo menos 2 carros pintados de vermelho e branco e com o emblema da Marlboro). Mas de qualquer jeito, gosto não se discute e isso não importa. O que importa é que a Red Bull está aí, com equipe própria na Fórmula 1, como patrocinadora principal da Cheever na IRL e como patrocinadora principal na Arden e na ISport na Fórmula GP2.

Na Fórmula 1, é aquele esquema: contrataram um piloto experiente que ajuda a equipe a se acertar rapidamente (David Coulthard) ao lado de dois pilotos jovens e promissores que a empresa apóia e aposta para o futuro (Christian Klien e Vitantonio Liuzzi). E agora que conta com equipe própria, a Red Bull põe pra testar gente que nenhum Frank Williams ou Ron Dennis tem coragem de colocar na pista por pura arrogância ou medo, como Scott Speed e Neel Jani. E Speed foi lá, foi o mais rápido em seu primeiro teste em Barcelona, fazendo jus ao seu sobrenome e sobrepujando resultado em gente como Nick Heidfeld e Antonio Pizzonia, da outrora poderosa Williams. Sinal de que a perseverança e um bom apoio podem, sim, fazer um bom piloto.

Na CART, tem A. J. Allmendinger, que é considerado uma das maiores revelações de 2004 e que chegou a ser cogitado para correr na Fórmula 1 esse ano. Na IRL, tem a Cheever, que desde 2002 é apoiada pela marca dos touros vermelhos. Com a diferença de que Eddie Cheever tem liberdade para colocar quem quiser pra correr, e por isso que Alex Barron e Patrick Carpentier estão lá. Tem também o atual vencedor das 500 Milhas de Indianápolis, Buddy Rice, que corre com o capacete prata e azul. Esse capacete, por sinal, é imposto pela Red Bull aos seus pilotos. Além de Rice, já usam ou usaram esse capacete Christian Klien, Patrick Friesacher, Allmendinger, o piloto de kart Pedro Bianchini e por aí vai…

E finalmente, tem a GP2. E a Red Bull decidiu investir pesado lá. Vai patrocinar, pelo segundo ano seguido, a Arden, visto que o seu dono, Christian Horner, é o chefe da Red Bull na F1. Assim, Heikki Kovalainen e Nicolas Lapierre se tornam pilotos Red Bull e, se mostrarem algo, sobem pro time principal em 2006. A ISport também carrega o logotipo graças a Scott Speed, que além de ter brilhado nos testes em Barcelona, vem como um dos favoritos ao título. E finalmente a Racing Engineering, que também é patrocinada pela Red Bull por intermédio de Neel Jani, que inclusive já foi test-driver da Sauber. Com isso, é a marca mais presente na categoria.

Isso pode até ter parecido uma tremenda propaganda deles. Não é, mesmo porque eu não tomo Red Bull e nem pretendo tomar. Prefiro suco de laranja, mas a Santal Parmalat já deixou a Fórmula 1 há muito tempo. De qualquer jeito, é a empresa que mais ajuda no automobilismo hoje em dia, revelando gente como Vitantonio Liuzzi, A. J. Allmendinger e Scott Speed. A bebida pode ser ruim, mas o automobilismo agradece.



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