Por Rafael Ligeiro
A BAR deu um importante passo para continuar como uma das principais forças da Fórmula-1 nos próximos anos. Após comprar 45% das ações do time, a Honda deu um valioso presente à sua representante na principal categoria do automobilismo: a construção de um túnel de vento na sede da equipe, em Brackley.
Não adianta negar. Por mais que alguns dirigentes do campeonato e de equipes tenham no repertório a busca por uma F-1, digamos, mais modesta e acessível, a tecnologia é cada vez mais presente nos carros. Também pudera. Mais que uma competição, o certame é uma vitrine de luxo para montadoras, especialmente com o aumento da realização de mercados promissores e pouco explorados anteriormente pelo mundo automobilístico. Com isso, surge a necessidade de um “esforço extra” na busca por décimos de segundos importantes na luta por vitórias – e, conseqüentemente, metas mercadológicas.
E a situação é igual com a Honda. A evolução no campeonato passado deixou a sensação de que o conjunto BAR-Honda-Michelin tem estrutura para conquistar sucessivas vitórias. Isso fica mais evidente diante do staff formado por profissionais competentes e experientes, além de Jenson Button, sujeito capaz de harmonizar uma pilotagem rápida e constante como alguns dos bons pilotos da história.
Conseguindo grandes resultados nas pistas, a marca oriental também teria um acréscimo na venda de veículos de passeio, assim como de 1987 a 1991, quando faturou cinco títulos de Pilotos e outros cinco, no mundial de Construtores.
E na temporada 2004 a Sauber mostrou como o túnel de vento é importante no desenvolvimento aerodinâmico dos monopostos. Na segunda metade do campeonato, os carros do time tiveram uma grande evolução graças às alterações aerodinâmicas feitas após observações no túnel de vento da equipe. Aliás, segundo o colunista André Jung, do Grande Prêmio, o aparato da escuderia suíça é o único capaz de colocar dois carros na esteira e, assim, simular efeitos como a turbulência enfrentada nas aproximações e ultrapassagens. Daí é possível ter idéia do que devemos esperar dos japoneses, que além de investirem 50 milhões de dólares na construção são considerados mestres quando o assunto é tecnologia.