O norte-americano Tim Mayer anunciou que não seguirá adiante com sua candidatura à presidência da FIA, deixando o atual presidente, Mohamed Ben Sulayem, em posição praticamente garantida para a reeleição. A eleição está marcada para o dia 12 de dezembro, em Tashkent, no Uzbequistão.
Mayer, que havia oficializado sua candidatura em julho ao lado de Laura Villars e Virginie Philpott, explicou os motivos de sua desistência: “Direi algo que pode soar contraditório: a eleição para presidente da FIA já acabou. Mas nossa campanha não acabou, nem nossa missão de proteger a integridade e a reputação da FIA”, disse ele ao GPblog.
O agora ex-candidato criticou duramente o processo eleitoral: “Como pode uma eleição estar encerrada quando a votação ainda está a mais de dois meses de distância? Desta vez, não haverá eleição. Não haverá debate de ideias, comparação de visões ou avaliação de liderança. Haverá apenas um candidato, o atual presidente. E isso não é democracia, é a ilusão de democracia”, afirmou Mayer.
Ele também destacou que o sistema atual distancia a entidade de seus princípios: “Durante nossa campanha ‘FIA Forward’, falamos de justiça, reforma e integridade, de devolver a FIA aos seus membros. Mas o resultado desta eleição e o processo falho que a rege provam o quanto nos afastamos desse ideal”, acrescentou.
De acordo com os estatutos da FIA, uma lista presidencial só pode existir se incluir um vice-presidente de esporte de cada região do mundo, obrigatoriamente oriundos de nomes previamente inscritos para o Conselho Mundial do Esporte a Motor e vinculados a eventos do calendário internacional da entidade.
Com Fabiana Ecclestone, esposa do ex-proprietário da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, sendo a única representante da América do Sul, declarando apoio a Ben Sulayem, os demais concorrentes ficam impossibilitados de apresentar uma lista completa até o prazo final de 24 de outubro. Assim, o cenário indica que Ben Sulayem poderá disputar a eleição de dezembro sem adversários.
Horas depois da publicação desta matéria, um porta-voz da FIA procurou o F1MANIA.NET e pediu direito de resposta, conforme se lê abaixo:
Eleição
A eleição presidencial da FIA é um processo estruturado e democrático, que busca garantir justiça e integridade em todas as suas etapas.
Os requisitos para as eleições da FIA de 2025, incluindo os prazos relevantes e os critérios de elegibilidade para a Lista Presidencial e para os Conselhos Mundiais, estão definidos nos Estatutos e Regulamentos Internos da FIA, que são de acesso público no site oficial da entidade. Informações detalhadas sobre essas eleições também estão disponíveis em uma página dedicada no site da FIA desde 13 de junho de 2025 e foram comunicadas a todos os membros da FIA.
Os requisitos relacionados à representação regional dos vice-presidentes de Esporte, e à necessidade de selecioná-los a partir do Conselho Mundial de Automobilismo para compor uma Lista Presidencial, não são novos. Esses critérios já foram aplicados em eleições anteriores.
Como é de se esperar, preparar uma candidatura para uma Lista Presidencial ou para os Conselhos Mundiais exige que algumas etapas sejam cumpridas. Os candidatos em potencial tiveram, desde a publicação das informações detalhadas em 13 de junho, tempo para preparar suas candidaturas.
Relatório
O relatório encomendado pela equipe de Tim Mayer conclui que as práticas de governança da FIA estão alinhadas com as de outras federações, especialmente aquelas “que avançaram na formalização de suas estruturas de governança”. O processo de comparação apresentado no relatório não indica que a FIA esteja atrasada em relação a outras organizações. Isso reflete o fato de que a FIA adotou diversas medidas para fortalecer suas políticas de governança corporativa.
A FIA não foi contatada para confirmar nenhuma das declarações ou suposições feitas no relatório a respeito de seus processos, políticas e administração.
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