Hoje marca o que seria o aniversário de 60 anos da lenda da Fórmula 1, Ayrton Senna, e seu companheiro de equipe na McLaren, o ex-piloto Alain Prost, refletiu sobre seu relacionamento com o brasileiro no que ele chama de “uma história magnífica”.

Senna vs Prost se tornou uma das maiores rivalidades da F1 e da história do esporte, após as inúmeras disputas no final dos anos 80 e início dos anos 90.

Somente nos últimos anos o piloto francês percebeu o impacto que ele e seu rival trouxeram ao mundo, pela quantidade de pessoas que conversaram com ele sobre isso.

“Não há um dia em que alguém que eu conheça não fale sobre nós dois. Significa que fizemos algo, algo que perdurou”, disse ele ao La Repubblica.

“Mas naqueles anos, ao vivo, você não percebia. Não sei dizer, foi incrível.”

Os dois venceram sete campeonatos mundiais entre eles (Prost: 04, Senna: 03).

Mas o ex-piloto de 65 anos, acredita que as rivalidades atuais e recentes na F1 não são iguais à dele com o brasileiro.

“Não sei se as rivalidades como a minha com Ayrton são iguais hoje. São tempos diferentes, o mundo das corridas hoje é mais sofisticado, o ambiente mudou e as relações, mesmo as da imprensa, não são mais as mesmas”, ele explicou.

“E, finalmente, temos que considerar o carisma, os estilos, e as características dos pilotos.”

Dois dos maiores pontos de sua rivalidade, foram as colisões que decidiram os campeonatos em 1989 e 1990, onde ambos causaram uma colisão entre si em Suzuka, mas o francês afirma que na época de sua última corrida na F1 em 1993, eles haviam se perdoado.

“Na minha última corrida em Adelaide, em 1993, eu cheguei no pódio, mas Ayrton, que venceu a corrida, pegou meu braço e quis compartilhar o primeiro degrau comigo”, disse Prost.

“Na verdade, esse momento mudou nosso relacionamento, e hoje posso dizer que a nossa história foi magnífica”.

Senna mudou-se da McLaren para a Williams na temporada de 1994 e teve um começo difícil, abandonando nas duas primeiras corridas, e acabou falecendo em um acidente no Grande Prêmio de San Marino. Um acidente que abalou Prost e o mundo da F1.

“Nós até nos tornamos amigos”, acrescentou. “Ele me contou coisas íntimas sobre sua vida. Ele não era mais o mesmo Ayrton Senna que me desafiou na pista”.

“Lembro que ele queria que eu cuidasse da associação de pilotos. Ele me ligava várias vezes por semana para me pedir conselhos”.

“Também me lembro dessa mensagem dele no rádio em Ímola, em 1994, antes do acidente: ‘Todos sentimos sua falta, Alain’.”

“Ele foi entrevistado pela TF1, TV francesa, e sabendo que eu era comentarista, ele disse essas palavras. Mas eu não estava no estúdio”.

“Foi depois da morte dele que eles me mostraram, e eu tinha lágrimas nos olhos”.

“Em retrospecto, eu sabia que algo estava errado. O mundo estava com Senna ou com Prost. Mas como terminou? Que nossas histórias estavam completamente conectadas. Não apenas minha carreira, mas também minha vida. Eu vivi com essa rivalidade/amizade, para sempre”, completou.

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