O Motor do Drama: a humanização da F1 ao expor seu “Ponto de Quebra”

“Eu não sei qual a graça dessas corridas”. Se você é um fã de Fórmula 1 de longa data, com certeza já ouviu essa frase de alguém, provavelmente seguida de algo como “Eles só ficam rodando no mesmo lugar”.

No entanto, a verdade é que a Fórmula 1 está mudando. E essa transformação passa por um processo brutal de popularização: sim, a F1 está mais popular. Na TV, as transmissões das corridas registraram um aumento de 10% de audiência ao redor do mundo. Nas arquibancadas, 17 das 24 etapas da última temporada tiveram ingressos esgotados (e 10 bateram recordes de público). E essa mudança começa por um simples detalhe: a humanização da Fórmula 1 ao introduzir ao público o drama das corridas.

Como uma única série de TV mudou como a F1 é vista

Se você está aqui, muito provavelmente já assistiu ou ouviu falar em Drive to Survive, a série documental da Netflix sobre os bastidores da Fórmula 1. Muita coisa pode ser dita sobre o programa, mas queremos focar em um único ponto aqui: como Drive to Survive humaniza a F1 ao apresentar seu drama ao mundo.

A série gasta minutos inteiros construindo a tensão de uma decisão: “Vamos parar agora ou arriscar ‘só mais uma volta’?” Será que vale a pena tentar aproveitar mais uma volta com o pneu como está ou o tanque vazio ou o melhor é parar agora?

Se a decisão é tomada antes da hora, o piloto não aproveita ao máximo seu período de maior velocidade. Se a decisão vem depois da hora, o carro “quebra” e prejudica o desempenho.

“Ponto de quebra”: um dos motores naturais do drama

O mecanismo de tensão de “ponto de quebra” é completamente cativante para nós, seres humanos. Não à toa, é um dos motores mais usados para dramatizar histórias e cativar pessoas.

Um exemplo disso são os jogos conhecidos como Extraction Shooters, como o Arc Raider (que bateu o recorde de mais de 700 mil jogadores em simultâneo). Nesse tipo de game, o jogador deve entrar em um mapa, pegar o máximo de recompensas que conseguir e sair antes que outros usuários o ataquem. É, na prática, a mesma tensão da F1: encontrar o momento certo de sair antes de “quebrar”.

Essa também é a mecânica central do jogo Aviator, um exemplo dos “games Crash”, em cassinos e plataformas de apostas. Nele, o jogador deve fazer a sua aposta e retirá-la antes do avião levantar voo. Se tirar antes da hora, a recompensa é pequena. Se demorar muito, perde a aposta. Vai torcer para sair antes do ponto de quebra para receber a recompensa.

Como a F1 pode aproveitar esse momento para crescer ainda mais

O aumento de popularidade atual da Fórmula 1 é alimentado muito por conta dessa nova percepção do esporte. Agora, mais pessoas percebem o drama de cada corrida e se engajam mais facilmente.

Por isso, é importante aproveitar o momento para cativar esse novo público de forma mais permanente. Isso significa, claro, propor melhorias nas regras da Fórmula 1 de modo a garantir maior competitividade entre os times e pilotos.

Afinal, quanto mais abertas forem as corridas, maior o drama. E, como vimos, é o drama que traz o público para a Fórmula 1.



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