Em 2026, Lando Norris vai encarar um cenário que historicamente costuma ser traiçoeiro. Defender seu primeiro título nunca é simples, mas a situação do britânico se torna ainda mais delicada com a chegada do novo regulamento da Fórmula 1, que deve redefinir as forças dentro do grid.
O passado oferece exemplos claros, sendo o mais marcante o de Jacques Villeneuve. Campeão em 1997 pela Williams, ele enfrentou em 1998 carros mais estreitos, nova aerodinâmica e pneus, além de uma equipe enfraquecida pela perda dos motores Renault. O resultado foi duro: nenhuma vitória, apenas dois pódios e um quinto lugar no campeonato.

Lewis Hamilton também sentiu esse impacto após seu primeiro título, em 2008. A reformulação de 2009 trouxe pneus slick, KERS e uma nova filosofia aerodinâmica. A McLaren errou na leitura do regulamento e produziu um carro instável, deixando Hamilton longe da disputa pelo título e limitado ao quinto lugar, apesar de duas vitórias no fim do ano.
Nem mesmo campeões consagrados escaparam desse padrão. Michael Schumacher venceu apenas uma corrida em 2005, enquanto Sebastian Vettel viu seu domínio acabar em 2014 com a chegada das unidades de potência híbridas. A exceção foi Nico Rosberg, que se aposentou em 2016 acreditando que a Mercedes continuaria forte sob as regras de 2017, previsão que se confirmou com um carro imediatamente competitivo.
Para Norris, o desafio é ainda maior. As regras de 2026 introduzem unidades de potência com divisão igual entre combustão e energia elétrica, aerodinâmica ativa no lugar do DRS, carros menores e mais leves e um foco intenso no gerenciamento de energia. O britânico será testado de todas as formas, podendo redefinir as rotas de sua carreira.
