No Paddock da F1: Piastri esclarece polêmica de Monza, mas discussão segue em aberto

Em Baku, Piastri esclarece polêmica do GP da Itália, mas discussão sobre proteção a Norris permanece em aberto

O Grande Prêmio da Itália ainda reverbera no paddock. Não pela vitória dominante de Max Verstappen, mas pelo episódio que colocou a McLaren no centro de uma polêmica de ordens de equipe. Oscar Piastri foi instruído a devolver a posição para Lando Norris após um pit stop lento comprometer a corrida do britânico. A decisão, tomada nas voltas finais em Monza, dividiu torcedores, especialistas e ex-pilotos.

Nesta semana, já em Baku, Piastri admitiu que a questão foi amplamente debatida internamente. “Tivemos boas conversas com a equipe, esclarecemos muitas coisas e sabemos o processo daqui para frente. O que aconteceu já ficou para trás”, afirmou o australiano. Ele reforçou que existe alinhamento, mas evitou revelar os cenários que poderiam levar a McLaren a repetir a manobra.

O curioso é que Piastri manteve seu posicionamento transmitido no rádio durante Monza: pit stops lentos fazem parte do jogo. “Continuo pensando assim”, explicou. “Naquele momento eu não tinha o contexto completo da sequência de paradas, mas ainda assim acreditamos que um pit stop ruim é parte do automobilismo.”

F1 2025, Fórmula 1, GP do Azerbaijão, Baku
Foto: XPB Images

Piastri deixou claro que respeita a decisão da equipe. Questionado se aceitaria a mesma ordem em circunstâncias idênticas, não hesitou: “Sim. Mas é quase impossível que se repita exatamente igual.”

O próprio Piastri reconheceu que em Monza “merecia terminar em terceiro” e não tinha ritmo para desafiar Verstappen ou Norris. Mas a questão central é filosófica: em uma temporada em que o título pode ser decidido por detalhes, até onde a McLaren vai levar a política de que “o time está acima dos pilotos”?

Há ainda um fator adicional que pode mudar o cenário já neste fim de semana: o título de Construtores. A McLaren chega a Baku com a chance real de confirmar matematicamente a taça. Se isso acontecer, o argumento de “proteger o time” perde peso, já que o grande objetivo coletivo estará garantido. Nesse caso, a disputa entre Norris e Piastri poderia ganhar liberdade, mas também reforçar uma dúvida incômoda: será que a McLaren manteria o mesmo critério se a situação favorecesse o australiano? Ou o histórico de proteção a pilotos britânicos, somado à pressão natural de ter Norris como o rosto da equipe, prevaleceria mais uma vez?

Monza pode ter sido apenas um capítulo, mas abriu um precedente que seguirá sendo testado até o fim do campeonato – e talvez além.



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