No Paddock da F1: Alonso revela o “problema Newey” na Aston Martin

Fernando Alonso abriu o jogo sobre como tem sido trabalhar com Adrian Newey na Aston Martin, e revelou que a genialidade do projetista pode ser, ao mesmo tempo, inspiração e desafio.

O espanhol de 43 anos, ainda em busca do tão sonhado terceiro título mundial, descreveu Newey como “o melhor projetista da história da Fórmula 1”, destacando a forma única como ele interpreta regulamentos técnicos e transforma conceitos em performance. Desde que se juntou à equipe neste ano, o britânico de 66 anos — dono de um currículo com 26 títulos de F1 entre pilotos e construtores — passou a liderar o projeto do carro de 2026, primeiro da Aston Martin no novo ciclo regulatório e equipado com motores Honda.

O “problema” de lidar com Newey
Alonso, que conviveu com diversos projetistas ao longo de duas décadas na Fórmula 1, ressaltou que conversar com Newey nem sempre é simples:

“Tudo o que o Adrian faz, você tenta entender por que ele está fazendo, por que escolheu aquela direção. Há sempre algo para aprender. Mas há momentos em que, para conseguir entendê-lo, você precisa usar toda a sua capacidade cerebral. Mesmo se ele usar só cinco por cento da dele, nós, pessoas normais, precisamos usar muito mais”, brincou o espanhol.

O relato evidencia um ponto curioso: se, por um lado, Newey oferece soluções que parecem claras e óbvias para ele, por outro, até mesmo engenheiros e pilotos de elite encontram dificuldade em acompanhar o raciocínio.

Adrian Newey (GBR) Aston Martin F1 Team Managing Technical Partner.
Foto: XPB Images

O impacto da genialidade
Não é a primeira vez que Newey é descrito dessa forma. Sua reputação foi construída justamente em encontrar brechas nos regulamentos — do efeito solo da Williams nos anos 1990 ao conceito revolucionário da Red Bull em 2009, que abriu caminho para uma era de domínio. Agora, com as mudanças de 2026, que incluem maior dependência da eletrificação e aerodinâmica mais restritiva, a expectativa é que ele possa novamente ditar tendência.

Para Alonso, o simples convívio já é um diferencial:

“Mesmo de uma resposta simples que ele dá a uma pergunta, sempre há uma lição. Ele tem uma clareza que para ele é natural, mas que para os outros exige esforço enorme para acompanhar.”

O que isso significa para a Aston Martin
A equipe de Lawrence Stroll fez grandes movimentos estratégicos: garantiu a continuidade de Alonso ao menos até 2026, firmou parceria de fábrica com a Honda e trouxe Newey para liderar a área técnica. O pacote, no papel, dá à Aston Martin um dos projetos mais promissores da próxima era.

O “problema Newey”, como Alonso descreve, não é um obstáculo negativo, mas sim um lembrete de que trabalhar com uma mente fora da curva exige adaptação. O desafio para Aston Martin será transformar essa genialidade individual em performance coletiva — algo que pode colocar a equipe na briga por vitórias e títulos no ciclo 2026.



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