Em 2026, a Fórmula 1 terá novas regras técnicas que prometem mudar totalmente a categoria e a dinâmica do esporte. E a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) alertou as equipes que qualquer tentativa de explorar os novos regulamentos que entrarão em vigor será extremamente arriscada.
Nikolas Tombazis, Diretor de Monopostos da FIA, explicou a postura da entidade em entrevista ao FormulaPassion: “Adotamos uma abordagem diferente em comparação com situações que tivemos no passado”, disse ele.”
“Primeiro, deixamos claro para as equipes que não toleraremos ninguém explorando brechas nas regulamentações que tenham sido mantidas em segredo de nós. Se uma equipe desenvolvesse uma solução baseada em certa interpretação das regras sem nos pedir esclarecimentos, nunca a ouviríamos. Se alguém desenvolvesse um conceito baseado em uma interpretação ambígua de 50-50, seria suicídio para essa equipe,” acrescentou.
Segundo ele, a prioridade da FIA é que todas as equipes entendam claramente as regras e possam aplicá-las de forma justa: “Para qualquer esclarecimento solicitado pelas equipes, se acreditarmos que a pergunta indica uma área cinzenta, garantiremos que uma comunicação idêntica seja enviada a todas as equipes”, disse Tombazis.
O novo regulamento de 2026, que inclui mudanças na aerodinâmica, no design dos carros e na gestão de energia, já geraram bastante debates. O renomado projetista Adrian Newey admitiu que as regras são “assustadoras”, enquanto James Vowles, chefe da Williams, pediu ajustes para facilitar a adaptação dos pilotos.
Tombazis citou exemplos do passado para reforçar seu ponto: “Se tomarmos o caso do difusor duplo em 2009, na época houve comunicações entre a FIA e algumas equipes, mas não com todas. Isso fez com que algumas equipes trabalhassem com interpretações diferentes das regras”, explicou.
Outro caso lembrado foi o Sistema de Eixo Duplo (DAS) da Mercedes, que gerou polêmica antes de ser banido em 2021: “Eles nos pediram esclarecimentos depois que fizeram. Eles correram um risco. Garantimos evitar um cenário semelhante no futuro”, afirmou Tombazis.
O diretor da FIA deixou claro que a comunicação transparente é a melhor estratégia para a sobrevivência das equipes.
“Se baseassem um carro inteiro em um conceito que depois poderia ser proibido, seria um desastre para eles. Ser transparente é do interesse das equipes. No geral, acredito que elas aprenderam essa lição, e é por isso que seguimos nessa direção.”
Apesar das grandes mudanças que virão em 2026, a FIA quer evitar que qualquer equipe seja prejudicada por interpretações arriscadas ou falta de clareza. “Nossa prioridade absoluta é que as regras sejam compreensíveis para todos”, finalizou.
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