Nove meses após sua saída repentina da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o ex-diretor de corrida da Fórmula 1, Niels Wittich, rompeu o silêncio e afirmou que nunca recebeu uma explicação oficial sobre os motivos que levaram à sua demissão.
“Perguntei várias vezes, mas nunca foi esclarecido”, afirmou Wittich em entrevista ao podcast Backstage Boxengasse, da emissora alemã Sky Sports. “Existem várias teorias, mas para mim continua tudo muito nebuloso.”
Wittich foi informado de sua dispensa pouco antes das três últimas etapas da temporada 2024 da Fórmula 1. Desde então, segundo ele, a FIA não forneceu qualquer justificativa formal para a decisão.
Para o ex-diretor de prova, a instabilidade dentro da federação começou após a morte de Charlie Whiting, em 2019: “Depois da morte de Charlie, ficou difícil encontrar alguém que desempenhasse aquela função da mesma forma. Ele dedicou sua vida a esse trabalho, e essa experiência não se substitui facilmente.”

Wittich explicou que sempre seguiu rigorosamente as diretrizes que lhe foram repassadas, o que teria gerado alguns atritos internos: “Eu era esperado como um representante claro da FIA. Fiz isso. Meu estilo direto, talvez tenha entrado em conflito com as expectativas de alguns superiores. Não estou ciente de ter cometido grandes erros, mas sei que uma postura franca nem sempre é bem-vista”, acrescentou.
A chegada de Mohammed Ben Sulayem à presidência da FIA, segundo Wittich, também contribuiu para um novo ambiente dentro da entidade: “Com ele, vieram novas ideias sobre o que era desejado ou não. Continuei aplicando as regras de forma rígida, como me foi pedido desde o início, mas isso acabou me colocando em conflito com superiores.”
Wittich ainda reafirmou que segue sem entender exatamente o que levou ao fim de seu vínculo com a entidade: “Para mim, tudo permanece sem respostas”, encerrou o ex-diretor de corrida.
