O ex-piloto de Fórmula 1, Sebastian Vettel, afirmou que só consideraria um retorno à Red Bull Racing em uma função executiva se tiver total clareza sobre o escopo de trabalho. O tetracampeão vem sendo frequentemente mencionado como possível substituto de Helmut Marko no cargo de consultor esportivo da Red Bull GmbH, mas ainda evita qualquer compromisso sem antes compreender exatamente o que seria exigido.
Vettel, um dos principais nomes formados pelo programa de jovens pilotos da Red Bull, mantém contato com Marko, atualmente com 82 anos, mas ainda não se sente preparado para assumir o posto. Segundo o alemão, tudo dependerá da natureza da tarefa.
“Conheço muito bem Helmut, e estamos em contato”, disse Vettel à Auto Motor und Sport. “Se isso se tornar algo mais concreto, eu primeiro teria que entender claramente qual seria a missão. A decisão dependeria muito disso. Certamente tenho uma certa competência, por causa da minha experiência e do meu perfil.”
Enquanto Marko é conhecido por seu estilo direto e por criticar abertamente desempenhos abaixo do esperado, Vettel tem se destacado nos últimos anos por abordar temas como saúde mental e bem-estar dos pilotos, aspectos que considera fundamentais no desenvolvimento de talentos.
“Para um jovem talento, pode ser extremamente valioso ter alguém que o ajude, mas não no sentido de dizer onde frear ou como contornar uma curva. Isso ele precisa aprender por conta própria. O mais importante é o apoio no aspecto mental”, afirmou o alemão.
Vettel defende uma abordagem personalizada no acompanhamento dos pilotos e destaca que não se trata de moldar um novo Lewis Hamilton ou Michael Schumacher.
“Todos os quatro pilotos que estão no topo da F1 hoje têm potencial para serem campeões. No fim, será apenas um, e há uma razão para isso. Você não muda uma pessoa, você amplia seus pontos fortes e trabalha nas fraquezas. E não se pode forçar um piloto a copiar a personalidade de outro”, acrescentou.
O alemão também compartilhou uma lembrança de sua fase inicial na categoria, quando buscou conselhos diretamente com Schumacher para entender melhor o desafiador primeiro setor do circuito de Suzuka.
“Me lembro de ter ligado para o Michael depois que ele voltou para a F1, em 2010. Perguntei como ele fazia o primeiro setor em Suzuka, porque sempre foi muito forte lá. Ele respondeu: ‘Não sei, o que você quer que eu diga?’. Ele não me explicou os detalhes técnicos de cada curva, apenas disse que fazia o trecho conforme sentia. Ele confiava na própria sensação”, encerrou Vettel.
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