Max Verstappen voltou a criticar as atuais diretrizes de pilotagem da Fórmula 1, afirmando que, se pudesse, ‘colocaria tudo no triturador’. A declaração veio em meio à nova onda de discussões sobre os critérios aplicados pelos comissários, reacendidas após a punição de Oscar Piastri no GP de São Paulo, decisão classificada por Carlos Sainz como ‘inaceitável’. O tema voltará a ser debatido pelos pilotos no fim de semana do GP do Catar.
As diretrizes atuais servem como referência aos comissários, mas não possuem força obrigatória, deixando espaço para interpretações distintas, e para muita insatisfação. Questionado antes do GP de Las Vegas, Verstappen inicialmente tentou evitar o assunto: “É melhor se eu não falar nada. Se tiver algo a dizer, faço isso diretamente com os comissários ou a FIA. Se você fala demais em público, também pode ser punido”, afirmou o tetracampeão de F1.
O holandês lembrou inclusive que já recebeu penalidade por usar um palavrão em entrevista: “Sou o único que foi punido por usar um palavrão, então tenho que ter muito cuidado. Aí penso: ‘Melhor não dizer nada’. Infelizmente é assim. Eu não gosto de todas as regras que temos, mas sigo o que está escrito”.
Verstappen também concorda que as normas ficaram complexas demais: “O problema é que, quanto mais regras você cria, mais difícil tudo fica. Não é culpa dos comissários, eles apenas seguem o regulamento. Você vê algo, forma uma opinião, mas ao olhar as regras pode ser diferente. Então, o que aplicar? Eles estão numa posição difícil”, afirmou.

Ele recordou a experiência em Marrakesh, quando trabalhou com comissários da Fórmula E durante uma penalidade de serviço comunitário que recebeu anos atrás: “Eles eram superlegais, mas também presos ao livro de regras. Isso torna às vezes muito difícil tomar a decisão certa”, acrescentou.
Sobre a discussão prevista para o Catar, Verstappen disse esperar que outros pilotos liderem o debate: “Acho que Carlos e George (Russell) já prepararam tudo. Vou só sentar e relaxar”, brincou.
Perguntado sobre como reescreveria as diretrizes, o holandês fez um gesto imitando colocar papéis em um triturador: “Eu só…”, disse, demonstrando a ação, mas garantiu que não pretende ser ele mesmo parte do processo regulatório no futuro: “Não, com certeza você não vai me ver como comissário da F1!”, finalizou o piloto holandês.
