F1: Verstappen dá show e vai ao pódio após largar dos boxes em Interlagos

Holandês muda o acerto, encontra o equilíbrio e termina a apenas 11 segundos da vitória após furo de pneu e 71 voltas de ataque

Max Verstappen transformou um sábado frustrante em um domingo de redenção em Interlagos. Largando dos boxes após uma troca completa de acerto e motor, o tricampeão da Red Bull escalou o pelotão para cruzar a linha de chegada em terceiro lugar, a apenas 11 segundos do vencedor Lando Norris. No meio do caminho, ainda precisou lidar com um furo de pneu nas voltas iniciais — o que o obrigou a parar novamente e cair para o fim do grid. Mesmo assim, o holandês completou uma das melhores corridas de recuperação da temporada.

“Foi uma prova intensa, com muito tráfego e necessidade de ultrapassar o tempo todo”, relatou Verstappen, em Interlagos. “Mas o ritmo estava muito forte em todos os stints. Não esperava chegar ao pódio, principalmente depois do furo. Então, terminar a 10 segundos do líder é incrível. O carro estava muito melhor hoje, e isso me deixa orgulhoso do trabalho que fizemos.”

O contraste entre o sábado e o domingo foi absoluto. Após uma das classificações mais difíceis do ano — que ele mesmo descreveu como “a pior da temporada” —, a Red Bull optou por alterar radicalmente o acerto aerodinâmico e usar uma nova unidade de potência. A decisão funcionou. “Mudamos várias coisas: o set-up, a aerodinâmica e, claro, o motor. Também ajudou o fato de o domingo ter sido mais frio. O carro ficou mais responsivo, muito mais estável. Ontem eu lutava para manter a traseira no chão, hoje eu podia atacar”, explicou o piloto.

O desempenho nas ultrapassagens foi outro destaque. Verstappen aproveitou a força do pneu médio — o mesmo que ditou o ritmo da corrida — para escalar o grid com manobras firmes, mas calculadas. “Você precisa equilibrar risco e resultado. Quer passar o mais rápido possível, mas sem bater. Às vezes, pega uma fila com DRS e tudo fica mais difícil, mas ainda assim deu certo”, contou.

The podium (L to R): The podium (L to R): Andrea Kimi Antonelli (ITA) Mercedes AMG F1, second; Lando Norris (GBR) McLaren, race winner; Max Verstappen (NLD) Red Bull Racing, third; Mark Norris (GBR) McLaren Director of Commercial Trackside Operations.
Foto: XPB Images

A Red Bull confirmou que o plano original incluía duas paradas, com a última troca colocando o holandês em pneus macios novos para o ataque final. A estratégia rendeu: Verstappen chegou em Antonelli com ritmo até 1s por volta mais rápido, mas perdeu aderência no fim. “Quando me aproximei dele, o pneu começou a superaquecer. O macio é ótimo por duas ou três voltas, depois cai. Mesmo assim, terminar tão perto do líder vindo do pit lane mostra que o carro voltou a andar”, avaliou.

Com o pódio, Verstappen reduziu o prejuízo no campeonato, mas foi direto ao reconhecer o cenário. “Não perdemos o título aqui, perdemos desde o começo da temporada. Tivemos muitas corridas em que não fomos rápidos o suficiente. Ainda assim, mostramos hoje que quando tudo se encaixa, somos perigosos. Foi uma corrida para recuperar moral”, afirmou.

O holandês também aproveitou para elogiar Kimi Antonelli, rival direto nas voltas finais. “Ele fez um trabalho excelente. É normal errar em um primeiro ano, mas ele está evoluindo rápido e mereceu o pódio. É bom ver novos talentos se destacando”, comentou.

Enquanto Norris ampliou sua vantagem na liderança e Antonelli viveu seu melhor domingo na F1, Verstappen deu sinais de que a Red Bull pode renascer nas últimas etapas. Com três corridas restantes — Las Vegas, Qatar e Abu Dhabi —, o tricampeão acredita que o time voltou a encontrar o rumo certo. “Ainda temos dificuldades com os pneus, depende muito da temperatura e do tipo de pista. Mas hoje mostramos que, quando tudo entra na janela certa, continuamos muito competitivos.”

De um sábado descrito como “o pior do ano” a um domingo de celebração, o GP de São Paulo provou que Max Verstappen ainda está muito vivo, e sempre perigoso, no fim da temporada 2025.

O F1MANIA.NET acompanhou o GP de São Paulo de F1 in loco com os repórteres Gabriel Gavinelli, Leonardo Marson e Nathalia de Vivo.



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