F1: Verstappen conquista licença da Nordschleife após confusão

Max Verstappen obteve a licença de categoria A da Nürburgring Nordschleife e liberou o caminho para disputar, no futuro, provas como as 24 Horas de Nürburgring. A notícia movimenta a Fórmula 1 (F1) mesmo fora do calendário, já que o holandês cumpriu, neste fim de semana, o protocolo exigido no “Inferno Verde” — ainda que o dia tenha começado com alguma confusão nos bastidores.

Na sexta-feira, o piloto da Red Bull passou pelo exame teórico e por uma avaliação prática inicial para receber a Permissão B. No sábado, alinhou no grid da NLS (Nürburgring Endurance Series) com o Porsche 718 Cayman GT4 #980, veículo obrigatório para quem ainda está nos estágios de habilitação na Nordschleife. O objetivo: completar 14 voltas de corrida, um dos requisitos essenciais para a categoria A.

Apesar de problemas técnicos envolvendo um carro “irmão” da mesma equipe — que causaram dúvidas sobre a formalização dos resultados — o painel responsável pela certificação confirmou que Verstappen cumpriu o número de voltas necessário. Assim, em caráter excepcional, a licença foi concedida. Na prática, o campeão da F1 superou a etapa de adaptação com um carro deliberadamente menos potente, como manda o regulamento local.

F1: Verstappen conquista licença da Nordschleife após confusão
Foto: Verstappen.com

A Nordschleife é conhecida pela rigidez do processo de qualificação. Independentemente do currículo do piloto — mesmo que seja um tetracampeão da F1 — ninguém pode competir com carros de alto desempenho, como os GT3, sem a credencial apropriada. Por isso, Verstappen correu com o Cayman GT4, máquina da classe CUP3 que limita performance para priorizar aprendizado, leitura de tráfego e gestão de stint em um traçado de 20,8 km repleto de armadilhas.

Além de carimbar a licença, o holandês exibiu ritmo forte desde a tomada de tempos e, ao lado do companheiro Chris Lulham, completou as voltas previstas sem incidentes. O passo seguinte, agora possível com a Permissão A em mãos, é voltar ao circuito com equipamento mais veloz. A expectativa é de que o retorno possa acontecer já em 27 de setembro, desta vez ao volante de um Ferrari 296 GT3 do projeto Verstappen.com Racing.

A jornada de certificação em Nürburgring costuma ser escalonada. Primeiro, o candidato realiza o exame teórico, obtém a Permissão B e cumpre trechos controlados de pista. Depois, precisa completar quilometragem válida em corrida com carros de menor performance para, só então, pleitear a categoria A. O pacote inteiro existe para mitigar riscos de uma pista que muda de condição a cada setor, castiga erros e exige conhecimento fino de bandeiras e pontos críticos.

No caso de Verstappen, o fim de semana reuniu todos esses elementos: teoria, prática, corrida com GT4 e um episódio técnico que exigiu análise minuciosa da direção de prova. Ao final, pesou o essencial — o número de voltas efetivamente percorridas, a execução segura e a aderência ao espírito do regulamento: construir experiência específica na Nordschleife antes de liberar um GT3.

A conquista também reforça a predileção do holandês por desafios fora da F1. Correr na Nordschleife não é apenas um troféu no currículo; é um laboratório em ambiente real, com tráfego intenso, diferenças de ritmo e imprevisibilidade climática. Para um piloto que vive no limite da aderência em Grandes Prêmios, a leitura dinâmica do “Inferno Verde” agrega repertório — e aproxima o sonho de disputar as 24 Horas.

Se o retorno com o 296 GT3 se confirmar ainda em setembro, será a primeira oportunidade de ver Verstappen na Nordschleife com um carro de performance compatível com seu nível. Até lá, o marco já está estabelecido: licença A obtida, confusão inicial superada e o portão de Nürburgring oficialmente aberto para um dos maiores talentos da era moderna da Fórmula 1.



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