O aumento do sucesso da Fórmula 1 nos Estados Unidos não depende da entrada de uma nova equipe como a Andretti, mas sim do surgimento de um piloto americano de destaque, segundo o chefe da Ferrari, Frederic Vasseur.
A F1 viveu um boom de popularidade nos EUA desde a aquisição da categoria pela Liberty Media em 2016, culminando na inclusão de corridas em Miami e Las Vegas ao lado do já existente GP dos EUA em Austin. A possibilidade de uma segunda equipe americana (atualmente já existe a Haas) entrar em cena também está na mesa, após a FIA aceitar o pedido da Andretti no mês passado.
No entanto, a equipe de Michael Andretti precisa ainda negociar termos com a Formula One Management (FOM), antes de ser oficialmente confirmada como novata na categoria. A proposta enfrenta, porém, resistência das equipes atuais, preocupadas com a divisão do bolo de premiação.
Vasseur, que defende que a Andretti precisa demonstrar ‘valor agregado’ além da bandeira americana, acredita que o país se beneficiaria mais com um piloto de sucesso. Logan Sargeant se tornou o primeiro americano em tempo integral na F1 desde 2007, mas o novato teve muitas dificuldades na Williams e conquistou apenas um ponto na temporada 2023.
“Depende de qual time seria o 11º”, afirmou Vasseur ao Motorsport Italy. “Em teoria, sempre há espaço para uma 11ª equipe se as atuais receberem algo da Fórmula 1. Discutimos a origem da equipe, mas para mim não é a abordagem correta.”
“A F1 prospera onde há pilotos vitoriosos. Atualmente, um dos países onde a F1 tem mais atenção é a Holanda, por causa de Max (Verstappen)”, continuou Vasseur. “É uma questão de nacionalidade dos pilotos, não das equipes.”
“Hoje já temos uma equipe americana, a Haas, e se falarmos da Andretti, imagino que ela virá com a mesma abordagem da Haas”, disse Vasseur, ressaltando que o foco deve ser a ascensão de pilotos americanos, independentemente da criação de uma nova equipe.
O chefe da Ferrari também ressalta o cenário mudado desde o último ‘Pacto de Concórdia’, que está em vigor e abriu a possibilidade de um grid expandido. “Ter uma 11ª equipe e outro fabricante não é problema, por que não? Mas devemos lembrar que, quando abrimos as portas para uma 11ª equipe, quatro ou cinco anos atrás, a situação era completamente diferente da atual”, afirmou.
Com seis fornecedores de motores atualmente, a F1 tem uma configuração distinta daquela prevista no acordo anterior. “É uma situação um pouco confusa. Alguns colegas dizem que há muitos fornecedores, porque gostaríamos de ter duas equipes para cada um, o que não é o caso”, observou Vasseur.
Ao defender a prioridade dos pilotos, Vasseur conclui: “Voltando ao que foi dito antes, mesmo na situação atual, não é uma questão de equipes, mas sim de nacionalidade dos pilotos”, encerrou o francês.
Essa afirmação de Vasseur levanta um debate interessante sobre o futuro da F1 nos Estados Unidos. Enquanto a entrada de uma nova equipe, especialmente com foco nacional, poderia gerar grande interesse local, o surgimento de um piloto americano de sucesso poderia ter um impacto ainda maior, aumentando a identificação dos torcedores e impulsionando ainda mais a popularidade da categoria no país.