A Mercedes pode começar a temporada 2026 da Fórmula 1 sendo beneficiada por uma solução técnica recente que foi aprovada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo). O “truque” explora as chamadas “áreas cinzentas” do novo regulamento e também foi utilizado pela Red Bull. Relatos indicam que a novidade deve ajudar os times a ganharem até quatro décimos de segundo por volta.
As outras equipes acompanham de perto para conseguirem alcançar o nível das outras duas: o ponto central da discussão está no Artigo C5.4.3 do regulamento técnico, que determina que o procedimento para verificar a taxa correta de compressão da unidade de potência de 2026 “será detalhado por cada Fabricante de PU de acordo com o Documento de Orientação e executado em temperatura ambiente”.
O texto não menciona avaliações sob outras condições operacionais, o que abre espaço para diferentes interpretações e abordagens técnicas. Segundo o ex-engenheiro da Ferrari Luigi Mazzola, essa margem é parte natural do jogo.
“Na F1, se você é Ferrari, se você é Red Bull, se você é McLaren, você tem apenas um objetivo: vencer. O que for necessário para vencer, você aplica — dentro das regras. Esta área cinzenta é legal; não é ilegal. Se algo for ilegal, você é desclassificado e passa vergonha. Uma área cinzenta, por definição, ainda é uma área legal. Crédito para quem consegue identificá-la e explorá-la”, disse ele ao F1News.
Mazzola também comentou diretamente sobre o aspecto técnico relacionado à temperatura prevista no regulamento. “Quando se trata de temperatura ambiente, você está dentro da regra. Desse ponto de vista, o regulamento é bastante restritivo, ponto final. E quanto mais regras você vai empilhando sobre outras regras, mais você se amarra em uma situação quase impossível, onde ninguém pode se mexer.”
Ao encerrar sua análise, o italiano fez questão de afastar qualquer tom de polêmica. “Não estou gritando ‘escândalo’ — muito pelo contrário. Eu digo parabéns, se você conseguiu. Essa é a conclusão. Seja Mercedes, Red Bull ou Ferrari — crédito para um, crédito para o outro, crédito para todos.”
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